Shopping opta por apoio do exterior

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O setor de shopping centers, que deve movimentar R$ 70 bilhões este ano, com alta de 8% sobre 2008, investe mais em arquitetura e está trazendo conceitos internacionais de design aos empreendimentos no Brasil. Para isso, são contratados até arquitetos e consultorias de varejo no exterior, o que também visa a um aumento de público e de vendas. É o caso do Shopping SP Market, do Grupo São Joaquim, que contratou arquitetos e especialistas renomados para reconfigurar-se, em um projeto que custará R$ 200 milhões e trará quatro novas áreas de lojas, complexo de cinema, bulevar de restaurantes e torres comerciais.

 

De acordo com Maria Eugênia Duva, gerente de Marketing do shopping, ao final da transformação, que será feita em três fases e terminará no final de 2011, é esperado um incremento de público de mais de 30%. Hoje, o shopping recebe mais de 2 milhões de pessoas por mês, principalmente de classe A e B, o que representa 70%, e 30% de classe C. Também possui 330 lojas, mas deve chegar a 450. "Todas as áreas serão reformuladas e traremos lojas que os clientes pediam, na área de moda, por exemplo. Também virão âncoras, como a Riachuelo, e mais de dez novos restaurantes."

 

Com o investimento, que seria suficiente para construir outro shopping, o Grupo São Joaquim, que atua no mercado de construção civil e tem um shopping na zona sul de São Paulo, o Shopping Fiesta, quer que o SP Market seja de referência em design e comunicação visual, chamando a atenção de grupos nacionais e estrangeiros. Também aposta no potencial da região, onde estudos mostram que está prevista a entrega de 40 empreendimentos imobiliários até 2011, e onde há 210 empresas, o que perfaz um mercado de cerca de 12 mil funcionários. O potencial de consumo na área de influência do mall em 2008 foi estimado em R$ 270 milhões.

 

Para isso, foi contratada uma equipe de seis especialistas estrangeiros, entre eles Stan Eichelbaum, presidente da Marketing Developments Inc (Flórida, EUA), com projetos em 46 países; Michael Whiteman, consultor internacional de restaurantes da Joseph Baum & Michael Whiteman Co Inc (Nova York, EUA); Thomas Butcher, especialista em tráfego e estacionamentos da Walker Parking Consultants (13 cidades dos EUA) e Kenneth Nisch, designer de lojas de varejo e arquiteto chairman da JGA Inc. (Michigan, EUA), que já fez o reposionamento de lojas das marcas Diesel, Dell, Coca-Cola e Audi, entre outras.

 

Segundo Nisch, em entrevista ao DCI, foi desenvolvido um guia que reúne instruções e sugestões, como escolha de material para fachadas e iluminação, para todos os lojistas, que também podem contratar seus serviços.

 

Ainda estão sendo utilizados conceitos como o chamado buyology (termo de Lindstrom, autor de livro hpomônimo que estuda "o que faz as pessoas comprarem"), que fará com que os corredores do mall e o mix de lojas sejam orientados e dispostos de acordo com o interesse do consumidor e a lógica de compra. Com isso, o local passará a ter nove áreas que reúnem lojas de cada segmento, como moda, casa, serviços, cultura, esportes, lazer etc. Para o consultor, o shopping também tem um formato amplo, e, com corredores largos e espaços de convivência, se assemelha ao desenho de uma cidade, diferente de shoppings comuns. Ele afirma que há "outros shoppings e varejistas no Brasil interessados nesse tipo de trabalho de consultoria, mas não podemos anunciá-los ainda".

 

Outros centros de compras também planejam expansões mais ousadas e que modernizem o empreendimento, como o Shopping Central Plaza, do Grupo Savoy, que acabou de completar 10 anos e estuda uma revitalização. A ideia é aproveitar o incremento de público da região advinda da expansão do metrô em São Paulo, já que próximo ao shopping, na zona leste da capital, será construída a Estação Tamanduateí - prevista para 2010. Segundo Fábio de Souza Médici, superintendente, estão sendo feitas reformas na estrutura do prédio, como nos banheiros e equipamentos, mas há estudos de fazer uma expansão mais ampla.

 

A Multiplan, uma das líderes do setor, também busca reformas que acrescentem novos conceitos a seus empreendimentos, como no RibeirãoShopping, no interior de São Paulo, que está revitalizando todo o mall para que tenha o mesmo padrão arquitetônico de uma nova área inaugurada no final do ano passado.

 

Dentre as mudanças previstas, alinham-se substituir clarabóias, trocar o mobiliário, ampliar a área de alimentação e criar lounges para promover a convivência entre os clientes e oferecer conforto. Já no BarraShopping, no Rio de Janeiro, está sendo inaugurado um Boulevard Gourmet, outra tendência nos shoppings, com uma área mais moderna voltada para alta gastronomia, ambientação externa e vidro, no qual foi investido R$ 3,5 milhões.

 

O Shopping SP Market, do Grupo São Joaquim, contratou arquitetos estrangeiros para reconfigurar um projeto de R$ 200 milhões, com quatro novas áreas de lojas, complexo de cinema, bulevar de restaurantes e torres comerciais. A ação visa a adotar novo layout no shopping e nas novas lojas, ao seguir uma tendência internacional que envolve ainda o conceito de colocar próximas umas das outras várias empresas do mesmo segmento - como lojas de moda, serviços e coisas para o lar.

 


Veículo: DCI


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