Papel absorvente ignora crise e anima a indústria a investir

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O único segmento tipo de papel que tem apresentado crescimento, ao lado do de imprimir e escrever, é o tissue ou papel para fins absorventes. O segmento ignorou a crise mundial por dois motivos: o aumento da renda do brasileiro e a inelasticidade de demanda por se tratar de um produto de consumo básico.

 

No primeiro semestre o aumento da produção no acumulado do ano foi de 1,2% mesmo com a fraca demanda em decorrência do impacto psicológico da crise, que perdurou até março.
Contudo, a tendência reverteu e há novos entrantes nesse mercado e novas capacidades produtivas sendo preparadas para atender a este aumento da demanda, que no próximo ano leva a uma expectativa, ainda não oficial, de crescimento entre 5% e 6% sobre 2009.

 

Para a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), o aumento da oferta de papéis desse segmento é o resultado da demanda interno em alta com a inclusão de novos consumidores, principalmente no Nordeste do País onde a preferência é por produtos de folha simples, enquanto há a migração para segmentos de maior valor no Sul e Sudeste.

 

Essa inclusão de mais consumidores na economia brasileira é um reflexo do aumento da massa de rendimentos do brasileiro. Segundo o especialista em papel e celulose da Tendências Consultoria, Bruno Rezende, esse aumento ficou na casa de 7,8% no ano passado e a expectativa é de que esse índice seja mantido de alta, mais moderada, com 2,9%, mesmo com a crise mundial.

 

Foi a conjuntura econômica que levou a Kimberly-Clark, que atua tanto no segmento de bens de consumo (voltado ao varejo) e no institucional (às empresas) a planejar aumento de produção em papéis higiênicos e fraldas, e mais para frente, aumentar a produção de absorventes femininos. Segundo o diretor de operações industriais da empresa, Ricardo Tobera, apesar desse planejamento, o mercado brasileiro ainda tem muito potencial de crescimento em função do consumo médio no Brasil que é de 4,5 quilos de papéis tissue por pessoa. "Em mercados maduros, essa média passa de 25 quilos", afirmou ele. "Atualmente os higiênicos respondem por 73% de toda a nossa demanda, as vendas para empresas por 16% e lenços é ainda incipiente, com apenas 0,5% de todas as vendas, isso aponta para um mercado com amplo potencial", apontou o executivo. A gripe suína foi um fator que ajudou a aumentar as vendas de lenços .

 

Preços

 

Por enquanto, os aumentos da celulose usada para a fabricação desses produtos ainda não têm incomodado. O insumo para as empresas nacionais é vendido tendo como base o preço-lista praticado no norte da Europa, que para a fibra curta está em cerca de US$ 600. Segundo Tobera, esses aumentos de preço que vêm ocorrendo desde o mês de abril tem sido compensados em parte pela queda do câmbio e que no momento um aumento de preços está descartado na linha de produtos da empresa.

 

Esse crescimento tem atraído novas empresas para o País, caso da CMPC que recentemente adquiriu a Melpaper, da Melhoramentos. Outra empresa que olha com especial atenção para o Brasil é a Asia Pulp and Paper (APP), que iniciou sua ofensiva no mercado brasileiro desses produtos, porém mais voltado aos mais caros, conhecidos como premium. Segundo Geraldo Ferreira, diretor da APP no Brasil, esse mercado tem atraído a empresa justamente pelo crescimento de consumo.

 

A estratégia da APP é de oferecer as bobinas de papel, conhecidas como jumbo, às companhias nacionais que comercializam os papéis com a plataforma de redução de custos de produção. "Dessa forma, essas empresas poderão focar seus esforços em atividades mais rentáveis e ganhar em escala", aponta Ferreira. Aliás, esse segmento tem enfrentado dificuldades por aumentos de produção, identificados até mesmo pela Bracelpa, que apontou a ocorrência de redução de preços como forma de estimular a demanda, essa queda de preço ocorreu na Kimberly-Clark.

 


Veículo: DCI


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