A eleição do Rio de Janeiro para ser a sede das Olimpíadas de 2016 e a realização da Copa do Mundo, dois anos antes, em 12 cidades brasileiras, vão movimentar o varejo brasileiro. Apenas o Estado de São Paulo receberá investimentos da ordem de R$ 36,4 bilhões em negócios e atividades ligadas ao turismo, infraestrutura, logística e segurança, sem contar o estímulo gerado com a injeção de capital advinda dos turistas, de acordo com a Federação de Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), que promoveu um evento com empresários do setor para falar sobre esse impacto.
O Grupo Pão de Açúcar iniciou sua preparação para o evento esportivo ao tornar-se patrocinador oficial da Seleção Brasileira de Futebol até a Copa de 2010, na África do Sul. E em relação às Olimpíadas, a empresa, comandada pelo empresário Abílio Diniz e pelo Grupo Casino, demonstra otimismo em relação ao impacto na economia brasileira.
Diniz pontua que a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas gerarão riqueza e empregos, impulsionando o desenvolvimento da infraestrutura do País. "Vivemos um ótimo momento, com economia sólida e crescente projeção do Brasil tanto no âmbito nacional quanto no global. A Olimpíada trará os benefícios financeiros, sociais e políticos que um acontecimento desse porte pode proporcionar", avaliou.
Como patrocinador da seleção brasileira, o Pão de Açúcar poderá utilizar o título de patrocinador oficial em todas as lojas e formatos da marca Extra (hipermercado, loja de conveniência, supermercado, loja de eletroeletrônico e internet). Entre algumas das ações está o desenvolvimento de kits promocionais ligados à ocasião, além da potencialização dos produtos das marcas próprias Taeq e Qualitá.
Qualificação
A chegada de milhares de turistas necessitará de capacitação especial para os segmentos de restaurantes, bares, shopping centers, hotelaria e taxistas entre outras áreas. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (Sebrae-AM) está desenvolvendo um projeto que vai oferecer capacitação, assessoramento, treinamento, oportunidade de formalização e informações aos empreendedores e grupos associativos da cadeia do Turismo na capital e na região metropolitana.
O projeto servirá de referencial de trabalho para o Sistema Sebrae nas outras 11 cidades-sede da Copa de 2014, e envolve pessoas que trabalharão no atendimento turístico.
Estudo encomendado pelo Ministério do Esporte, e realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), da Universidade de São Paulo, diz que o impacto dos jogos na economia brasileira pode chegar a R$ 102 bilhões e que, a cada US$ 1 investido, US$ 3,26 adicionais seriam gerados até 2027. O estudo ainda estima a criação de 120 mil novos postos de trabalho por ano até 2016.
Discussão
No encontro "São Paulo de Braços Abertos para a Copa de 2014", promovido na semana passada pela Fecomércio-SP, entidade presidida por Abram Szajman, foi discutido como o Estado de São Paulo se preparará para receber os cerca de 600 mil turistas durante a Copa do Mundo de 2014.
Para o empresário paulista J. Hawilla, presidente da Traffic Assessoria e Comunicações, os recursos que entram através do turismo vão direto ao comércio e são revertidos em benefício para a população. O executivo destacou que é necessário investir em atendimento e treinamento de taxistas e garçons, por exemplo. Para ele, o Brasil terá, a partir de 2011, um grande fluxo de empresas interessadas na Copa.
Segundo o presidente do Conselho do Desenvolvimento das Cidades da Fecomércio, Josef Barat, a Copa 2014 também será uma grande oportunidade para modernizar São Paulo. "A logística do transporte público e a modernização dos portos e aeroportos são pontos fundamentais para o sucesso em 2014."
Infraestrutura
Para a consultoria Frost & Sullivan, a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 irá gerar aporte de R$ 25 bilhões no Brasil, além dos investimentos já previstos para a Copa do Mundo de 2014. Os eventos impulsionarão ainda mais os projetos de infraestrutura; 12 estádios serão reformados para a Copa e diversas estruturas devem ainda ser construídas para as Olimpíadas, garantindo crescimento à construção civil.
Veículo: DCI