Silvio Santos quer ser líder em cartões na baixa renda

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Meios de pagamento: Segmento puxa expansão do setor, mostra estudo

 

Silvio Santos quer ser o maior no mercado de cartões de crédito populares, um dos segmentos mais disputados pelos bancos. O Banco Panamericano, que pertence ao grupo do apresentador, resolveu investir na área e traçar um plano ambicioso para tentar chegar à liderança do segmento até a Copa de 2014.

 

O Panamericano vai focar em duas frentes para vender cartões. A primeira, e principal, é explorar as próprias empresas do Grupo Silvio Santos. São quase 40 companhias, com mais de 40 milhões de clientes. Há uma seguradora, as conhecidas lojas do Baú, a Liderança Capitalização, uma empresa de empreendimentos imobiliários, uma de cosméticos e um hotel. A outra estratégia do banco é fechar parcerias com redes de varejo fora do grupo.

 

Para tocar a recém-criada diretoria executiva de cartões, o Panamericano contratou na semana passada Elinton Bobrik, que estava no Itaú Unibanco. Com passagens também pela MasterCard e pela Shell, o executivo cuidou da estruturação de algumas parcerias fechadas no varejo pelo Unibanco e sua financeira, a Fininvest.

 

No Panamericano, quer aproveitar essa experiência. Segundo ele, apesar de algumas empresas do grupo já oferecerem o cartão de crédito do banco, nunca foi feito um trabalho intensivo de vendas cruzadas, aproveitando, por exemplo, a seguradora ou a empresa de títulos de capitalização e mesmo as lojas do Baú.

 

Para tentar atrair o consumidor popular, o Panamericano quer aprimorar e expandir seu programa de bônus. Vai oferecer o programa em todos os cartões.
Nos prêmios, nada de milhas aéreas ou coisas sofisticadas. A ideia é ter produtos mais acessíveis, como uma televisão ou outros eletrodomésticos. Nas viagens, pacotes mais simples, como roteiros nacionais.

 

O objetivo é ir atrás de um público com renda mensal de até R$ 2 mil. "Alguns bancos, para oferecer cartões mais populares, simplesmente simplificam o plástico tradicional voltado ao público de maior renda. Tiram alguns atrativos e vendem o produto mais barato", afirma. "No Panamericano, o plástico é desenhado especificamente para esse público."

 

A base de cartões do Panamericano hoje é de 2,4 milhões de plásticos, das bandeiras Visa e MasterCard. O objetivo do banco é quintuplicar esse número até 2014.
A baixa renda vem sendo um dos principais mercados para a expansão recente do setor de cartões, principalmente após a consolidação no mercado dos mais endinheirados, no qual praticamente todo mundo já tem um cartão. Todos os bancos, como Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Citibank, têm produtos populares. O Panamericano é o único banco que quer explorar só esse segmento.

 

Entre as bandeiras, a Hipercard, do Itaú Unibanco, é a mais forte nesse segmento. Tem um cartão sem nenhum custo ou tarifa para o cliente. Tem ainda uma base invejável de 11 milhões de plásticos já emitidos e uma rede de 450 mil estabelecimentos credenciados. Em algumas regiões do Nordeste, a bandeira é mais conhecida e aceita que Visa ou MasterCard.

 

A popularização dos cartões é um dos fatores que vem impulsionando o setor. Um estudo setorial da consultoria Lafis mostra que o setor está entre os três da economia brasileira que mais vão crescer nos próximos três anos (os outros dois são internet e biodiesel). Mesmo com o crescimento dos últimos anos, sempre acima dos dois dígitos, ainda há grande potencial de expansão, mostra o estudo. Para esse ano, a projeção é de expansão de 19% e para 2010, de 25%.
 


Veículo: Valor Econômico


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