Varejistas voltam a apostar em terceirização da área logística

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O varejo volta a optar pela terceirização de sua área logística, principalmente nos setores de franquias e vestuário, com a busca por redução de gastos, que pode chegar a 30%, e recursos para a expansão das lojas e outras questões do negócio, como marketing e suporte para franqueados. É caso da rede de restaurantes Griletto, que para continuar uma expansão acelerada - a empresa se transformou em franqueadora no fim de 2008 e em menos de um ano dobrou de tamanho -, acabou de fechar contrato com a Martin-Brower, multinacional que já faz entregas para a rede de fast-food McDonald's.

 

O objetivo da companhia, que possuía 13 filiais antes de abrir franquias, é fechar 2009 com 30 unidades, sendo que a Martin-Brower fará todo o trabalho de compra dos alimentos, a manipulação e a entrega para as lojas, o que antes era feito em uma central da rede em Indaiatuba, no interior de São Paulo. A parceria já possibilitou uma economia de 3% a 5% em gastos com a área.

 

De acordo com Ricardo José, sócio diretor do Griletto, a rede paulista irá abrir unidades em outros estados da Região Sudeste e já está negociando no nordeste. "Para suportar esse crescimento precisávamos de uma estrutura logística forte e achamos que era o momento de fazer algo mais profissional, usar a expertise que eles já têm na área", afirma. Em 2010, a rede quer chegar a pelo menos 50 restaurantes, sendo que já fechou contrato de oito lojas.

 

O executivo explica que algumas grandes redes de fast-food já atuam com operadores logísticos terceirizados, já que o setor precisa ter grande confiabilidade na entrega para não ocorrer ruptura ou perdas. Ainda foram feitas algumas modificações na cadeia de fornecimento: agora, a batata congelada é comprada do mercado externo, aproveitando a cadeia da Martin-Brower, o que acaba por reduzir custos. O mesmo aconteceu com as embalagens utilizadas nos restaurantes, agora fornecidas pela empresa.

 

Vestuário

 

O varejo de vestuário é outro segmento que tem procurado terceirizar sua logística, já que precisa ter uma eficiente estrutura de armazenamento e entregas, para ter sempre novidades nas lojas. A rede TNG, de moda feminina e masculina, afirma que tem interesse em terceirizar seu CD e o maior número de áreas secundárias, como de tecnologia, contabilidade e recursos humanos, o que ajudaria a manter foco no negócio e na expansão das lojas, já que estão refazendo seu planejamento e estudam a abertura de unidades em cidades menores e a adoção de um novo modelo para expandir, como o de franquias, em 2010. Hoje, possuem 800 pontos-de-venda, incluindo lojas, outlets e multimarcas.

 

"Há dois anos fizemos um levantamento, e resultou que não valia a pena financeiramente, mas temos essa intenção. Tudo o que pudermos, vamos terceirizar para nos concentrarmos no negócio e desenvolver produtos", diz o presidente da rede, Tito Bessa. A rede atua com transportadoras para fazer entregas, não tem frota própria, e acaba de terceirizar a área de TI.

 

O executivo afirma também que este ano chegou a fechar quatro lojas e fazer substituição de pontos, em busca de outros que tivessem um retorno maior. Até o fim do ano, deve abrir outras quatro unidades, uma em Manaus (AM), duas na cidade de São Paulo e uma outra no interior paulista. Outra meta é, nos próximos anos, reformar todas as lojas.

 

A empresa varejista de roupa masculina Y|MAN - Yachtsman, com mais de 30 lojas, também está passando por um grande processo de reestruturação, e, recentemente terceirizou sua operação logística. De acordo com a empresa, "o objetivo é melhorar a comunicação entre toda a rede, o controle de estoque, vendas e recebimento de mercadorias", prevendo obter redução dos custos por meio do ganho de escala.

 

O Grupo Linx, especializado em produtos e serviços para o varejo, confirma uma maior procura de redes pela terceirização, tanto que seu braço na área, chamado de Linx Fast Fashion, é o que mais cresce dentro da empresa. Hoje a empresa faz a operação logística da Y|MAN e atende marcas como Camisaria Colombo, Zara e Chicco.

 

Segundo Alberto Menache, diretor do Grupo, já tiveram que adotar um CD maior, e devem partir para outra expansão em breve: o CD de 7 mil m² passará a ter 12 mil m². "Sabemos de redes que têm uma economia de até 30% atuando com um operador logístico. Queremos dobrar o número de clientes em 2010", diz.

 

Veículo: DCI


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