Brasil vira a maior aposta da Nike

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Copa do Mundo e Olímpiada atraem o interesse da multinacional

 

Trevor Edwards, vice-presidente global da marca Nike, já visitou o Brasil várias vezes. A primeira foi em 1993. "São Paulo foi a primeira cidade que eu visitei", disse Edwards, que esteve mais uma vez no Brasil na semana passada. "O que sempre me impressionou foi o quanto as pessoas amam os esportes por aqui. Existem poucos lugares no mundo em que as pessoas conseguem combinar tão bem os esportes e a vida. Isso serve de inspiração para a Nike, pois é uma combinação que também está no nosso DNA."

 

Essa inspiração inclui uma linha de camisetas e tênis batizada de Canarinho (assim mesmo, em português) que foi criada no País, inspirada na Seleção Brasileira, e está sendo vendida para outras partes do mundo. Mas, mais importante que a inspiração, é o potencial de crescimento do mercado brasileiro para a Nike. "O Brasil é um dos mercados que mais cresce no mundo", disse Trevor. "E, com a Olimpíada e, principalmente, com a Copa do Mundo, essa tendência deve se acelerar ainda mais."

 

O executivo, nascido na Inglaterra, esteve no Brasil na semana passada para começar a traçar os planos para a Copa do Mundo. Esses planos representam um aumento no investimento, que o executivo não revelou qual será. Mas as oportunidades são imensas. Afinal, a Nike é a fornecedora dos uniformes da seleção brasileira - um contrato que começou em 1996 (na Copa de 1994, nos Estados Unidos, a fornecedora era a britânica Umbro) e que vai, pelo menos, até 2018.

 

"Estamos muito animados com as oportunidades criadas pela Copa", disse Trevor, ele mesmo um apaixonado por futebol. "E a Olimpíada deve aumentar o interesse do País por outros esportes."

 

Trevor é responsável pelas unidades de negócios mais importantes da empresa - incluindo futebol e corrida. Ele responde pela estratégia global da marca Nike, incluindo propaganda, marketing esportivo, design de marcas, relações públicas e marketing de varejo.

 

A Nike tem três fábricas no Brasil - na Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul. Elas são terceirizadas, como todas as outras no mundo. A companhia emprega cerca de 300 pessoas no País. Cerca de 60% dos calçados e até 80% das roupas vendidos aqui, dependendo da coleção, são produzidos localmente. A Nike do Brasil exporta para a Argentina, México e Europa.

 

Diante da crise, o Brasil foi um dos poucos Países que manteve o crescimento nas vendas de artigos esportivos. Trevor deu exemplos de outros mercados importantes que tiveram esse comportamento. "Um deles, é óbvio, foi a China", disse o executivo. "Outro, curiosamente, foram os Estados Unidos. O mercado como um todo ficou estável por lá, mas nós conseguimos aumentar nossa participação de mercado."

 

O executivo disse que não tinha muita paciência para correr, mas que isso mudou com o Nike+, linha que inclui um sensor para conectar os tênis ao iPod, tocador de música digital da Apple. Com o sistema, é possível ter informações em tempo real sobre a corrida.

 

"Percebemos que, cada vez mais, as pessoas estavam correndo com um iPod", explicou Trevor. "Decidimos criar, com a Apple, um sistema que dá informações para o consumidor enquanto ele corre, como a distância que ele percorreu ou quantas calorias queimou. A integração com eletrônicos é uma tendência importante, que transforma o produto em toda uma experiência para o consumidor. Estamos desenvolvendo novos produtos nessa linha.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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