Custo leva produtor holandês a investir mais em tecnologia

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Um dos menores países da União Européia, a Holanda ocupa um território de 41,5 mil quilômetros quadrados, mais da metade ocupado por fazendas. A população em 2007 era de 16,4 milhões de pessoas e o custo da terra é um dos mais altos da Europa: um metro quadrado no interior vale € 50 (R$ 125 ao câmbio de € 2,5 por R$ 1), valor que triplica para € 150 se for próximo dos grandes centros. Por isso, está cada dia mais difícil produzir um simples tomate no país. Somente sobrevivem produtos que trazem elevado valor agregado e com alto nível de nutrientes, associado a bom sabor, excelente aspecto, produção sustentável, com controle biológico de pragas, livre de pesticidas.

 

A elevação dos custos com energia também vem sendo nos últimos dois anos um importante fator de alta nos custos da produção agrícola holandesa. Jos van Mil, produtor de tomate conta que nos últimos dois anos o custo de produção subiu 20%, sobretudo por causa do aumento do preço do petróleo. Em ainda o valor do tomate baixou 10% devido à concorrência com outros países. Na Europa, o principal concorrente do tomate holandês é o espanhol. "Lá, a mão-de-obra tem um custo 50% menor e não há uso intensivo de energia na produção, como aqui na Holanda, e nem controle biológico de pragas", lamenta Mil. Dependendo da espécie de tomate, o custo para se produzir um quilo na Holanda pode ser o dobro do custo na Espanha, conforme acrescenta Mil.

 

Muitos produtores holandeses de pequeno porte estão abandonando a atividade, o que significa maior concentração entre agricultores maiores. As greenhouses holandesas - ambientes fechados, como estufas - produzem mais de 70 tipos de tomate, dentre os quais tipos muito sofisticados, como o "tomberry", que atende um mercado específico de gourmets pelo seu aspecto muito pequeno e seu sabor adocicado. "O custo para se produzir um quilo desse tipo de tomate é um dos mais altos entre todos os outros, algo como 5 euros (R$ 12,5). Um metro quadrado (cerca de quatro plantas) rende de 10 a 12 quilos por ano. Por isso, não se pode cometer erros", explica Mil. A temperatura, uso de água e quantidade de CO2 dentro da greenhouse são controladas por computador. "Administramos esse processo via computador e, ao final do dia, inspecionamos as plantas, para checar seu aspecto", complementa. A produção é comum na greenhouses holandesas, pois a cultura precisa de temperaturas durante o dia (20 C) e a noite (15 C) não existentes naturalmente no país.

 

Ser produtivo é questão de sobrevivência na Holanda. Por causa disso, há 30 anos a produtividade de tomates era de 30 quilos por hectare. Hoje é de 70 quilos.
Os centros de pesquisa colocam à disposição dos produtores inovações o tempo todo. Entre as últimas, está a integração de produção vegetal e animal, como a de tomates com tilarias. As pesquisas começaram há dois anos e estima-se que no ano que vem a tecnologia esteja disponível para uso comercial, segundo Willem Kemmers, desenvolvedor de negócios da companhia Priva, especializada em tecnologia de controle de clima em greenhouses. Ele explica que 80% da água usada na produção é reutilizada. "Além disso, 20% da água da produção do peixe possui nutrientes", acrescenta. O processo integrado reduz custo entre 1% ou 2% do tomate e até 20% das tilápias nas condições existentes na Holanda, tais com clima e alto custo com mão-de-obra.

 

 
Veículo: Gazeta Mercantil


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