Hering cresce com novas e velhas lojas

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Varejo Têxtil: Ganho de escala permite diluição de custos fixos e empresa mostra expansão de margens operacionais.

 

Fábio Hering, presidente da companhia: escala para manter alta nas margens
O resultado do terceiro trimestre da Hering mantém o ritmo de crescimento que o negócio vem apresentando desde que a companhia fez uma capitalização e entrou para o Novo Mercado, há pouco mais de dois anos. O lucro líquido cresceu 9,7% na comparação com mesmo período do ano passado, para R$ 22,9 milhões.

 

Contudo, a última linha avançou mais lentamente em comparação à receita líquida, que subiu 37%, para R$ 175,7 milhões. A explicação para o descompasso entre o começo e o fim do balanço são os impostos. O terceiro trimestre de 2008 contou com um aditivo de R$ 11,8 milhões em impostos diferidos, enquanto o trimestre que passou sofreu um desconto de R$ 7,3 milhões.

 

Mas antes da linha de impostos, a companhia mostrou ganho de margem. O aumento do faturamento líquido é fruto de uma combinação de vendas maiores nas mesmas lojas (21%) e do aumento do número de pontos de venda. "Alcançamos a marca de nove trimestres consecutivos com alta nas mesmas lojas bem acima de dois dígitos", afirmou Fábio Hering, presidente e diretor de relações com investidores.

 

Foram inauguradas 15 lojas de julho a setembro e com isso a empresa encerrou o período com 258 unidades da marca Hering e 64 da PUC, num total de 322. Em 12 meses, acumula a abertura de 49 pontos da Hering e 14 da PUC.

 

No próximo trimestre, a empresa definirá o plano de metas de expansão para 2011 e 2012, segundo Hering. Ele preferiu não antecipar a estratégia, mas destacou que ainda vê um espaço bem maior de abertura de lojas. A companhia tem como plano ter 325 lojas Hering para 2010.

 

É da expansão e do ganho de escala que Fabio Hering pretende continuar buscando crescimento das margens. "Não há muito espaço na margem bruta, mas ainda há bastante para ganhar nas despesas fixas."

 

Os avanços do terceiro trimestre sintetizam esse raciocínio. Enquanto a receita líquida cresceu 37%, a empresa conteve a alta dos custos - apenas 32% a mais - e das despesas operacionais - 16,7% maiores. O resultado foi um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) de R$ 38,5 milhões, com alta de 82,6% na comparação anual. A margem lajida subiu de 16,4% para 21,9%.

 

Na decomposição das despesas operacionais, vê-se que os gastos com vendas subiram 22,6%, para R$ 35,1 milhões, e os gerais e administrativos foram reduzidos em 22%, para R$ 5,7 milhões - o que explica o avanço das margens.

 

Embora o presidente não queria dar detalhes, os projetos para o futuro não são menos ambiciosos do que a mudança realizada no passado. No mercado externo, já começou a ser colocado em prática um reposicionamento que visa fortalecer as marcas, como já ocorreu no mercado doméstico.

 

Além disso, ficou definido que o esforço de expansão será na região sul-americana. A empresa tem hoje 15 lojas no continente e no trimestre que passou encerrou operações na Arábia Saudita e Espanha, que representavam menos de 1% das vendas internacionais. Pretende voltar em breve para Chile e Argentina. As exportações, contudo, ainda são fatia pequena do negócio: R$ 3,9 milhões no terceiro trimestre, com queda de 56,4%, resultado do reposicionamento em curso.

 

A companhia também reforçará as unidades das marcas Dzarm e PUC, a exemplo do que fez com a Hering. Depois de captar R$ 230 milhões para se reinventar, em 2007, a empresa agora acredita que segue com as próprias pernas. De acordo com Fabio Hering, não há planos de novas emissões neste momento, pois a geração de caixa deve dar conta dos planos.

 

No encerramento de setembro, a empresa tinha R$ 95,1 milhões em dívidas totais para um caixa de R$ 105,2 milhões.
 


Veículo: Valor Econômico


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