Outra empresa que enfrenta problemas com seu estoque porque está exportando menos para o Brasil é a Ceras Johnson. Fonte do mercado argentino explicou que "grande parte dos aerossóis fabricados pela companhia são enviados ao Brasil". Os aerossóis também estão excluídos do sistema de licenças automáticas. "São mercadorias não perecíveis, mas que possuem uma cadeia perigosa, de alto risco inflamável, que não podem ser armazenadas em grandes quantidades", detalhou a fonte.
O presidente da Associação Brasileira de Aerossóis e Saneantes Domissanitários (Abas), Hugo Chaluleu, rebate a declaração. "Os produtos só têm perigo se não tiverem sido fabricados dentro das normas exigidas", afirmou. Argentino naturalizado brasileiro, Chaluleu afirma que existem condições de embalagem dos aerossóis para evitar acidentes.
Ele reconhece que a alteração do fluxo comercial provoca várias complicações às fábricas argentinas e pondera que são as mesmas dificuldades que os industriais brasileiros têm sofrido desde outubro de 2008, quando Kirchner decidiu por barreiras sob a justificativa de proteger sua indústria e os trabalhadores.
"A Argentina tem sido pouco boa parceira do Brasil", disse, opinando que "as licenças não automáticas só atrasam as importações", sem resolver o problema de competitividade da indústria do País vizinho. No ano passado, os consumidores brasileiros compraram 490,8 milhões de unidades de aerossóis, das quais 229,3 milhões foram importadas, especialmente desodorantes corporais, antitranspirantes e inseticidas. Do total importado, 80% têm origem argentina, conforme dados da Abas. Para a entidade, o volume importado impede a geração de novos postos de trabalho no Brasil.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ