Grupo quer crescer no Norte, Nordeste e Centro-Oeste
O período de consolidação na distribuição de combustíveis ainda não acabou para o Grupo Ultra, dono da distribuidora de combustíveis Ipiranga. Pouco mais de um ano após anunciar a compra da Texaco e virar dono da segunda maior rede no setor, o grupo vê espaço para mais aquisições. E as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são os próximos alvos. Segundo o diretor-presidente do grupo, Pedro Wongtschowski, a companhia pretende, nos próximos anos, aumentar a presença nesses mercados, onde sua participação é de cerca de 9%, ante 28% nas regiões Sul e Sudeste. "Temos uma avenida para crescer", diz Wongtschowski.
A expansão pode ocorrer, explica o executivo, por meio da abertura de novos postos, conversão dos chamados bandeira branca (sem vínculo com um único distribuidor) ou compra de redes regionais. As maiores oportunidades, no entanto, estão no "embandeiramento". As redes sem marca, que representam hoje 20% do mercado, têm sido alvo de intensa fiscalização e controle do governo. "O espaço de muitos deles, que trabalham na informalidade, está se reduzindo paulatinamente e isso representa uma chance de crescimento para a Ipiranga."
Na origem do otimismo da companhia estão os números da frota de automóveis brasileira. Estima-se que, este ano, a indústria nacional produza 3 milhões de veículos, o melhor resultado da história. No terceiro trimestre, as vendas de combustíveis para veículos leves nos postos do grupo subiram 72% em relação ao mesmo período de 2008.
Parte desse resultado se deve à integração das lojas da Texaco, processo iniciado no final do primeiro trimestre - 900 dos cerca de 1,3 mil postos já mudaram de bandeira. O negócio de R$ 1,16 bilhão, fechado em agosto de 2008, fez a rede do Grupo Ultra atingir 5,5 mil postos.
Além da distribuição de combustíveis, a companhia atua em químicos, com a Oxiteno, na área de logística, com a Ultracargo, e na distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, com a Ultragaz. Segundo Wongtschowski, os negócios foram pouco atingidos pela crise global. De janeiro a setembro, a Ultrapar somou uma receita líquida de R$ 25,6 bilhões, 24% mais que o mesmo período de 2008. O lucro foi de R$ 318 milhões, praticamente estável.
Ainda assim, foi um ano de cautela. Segundo o executivo, após um ritmo forte de aquisições e investimentos nos últimos dez anos, o grupo privilegiou a geração de caixa. "Resolvemos dar uma pequena arrefecida nos investimentos e chegamos agora com uma posição de endividamento saudável." Agora, a empresa está aberta a novas aquisições. "Não há mais restrição de capital. Se aparecerem negócios interessantes, que criem valor, dentro da nossa área de negócios, por que não?"
Veículo: O Estado de S.Paulo