Supermercado: No terceiro trimestre, custo menor fez lucro subir 3,2%
O Walmart registrou aumento de 3,2% nos lucros para o terceiro trimestre, ajudado por medidas de cortes de custos como reduções radicais de estoques. As vendas nos Estados Unidos nas lojas abertas há pelo menos um ano caíram, mas a companhia informou que elas poderão continuar caindo ao longo do quarto trimestre, alimentando mais preocupações sobre a temporada de compras dos feriados e sobre a economia.
A maior varejista do mundo anunciou ontem um lucro de US$ 3,24 bilhões, para o período encerrado em 31 de outubro. Isto se compara com US$ 3,14 bilhões, do terceiro trimestre de 2008.
A receita cresceu, de US$ 98,3 bilhões, para US$ 99,4 bilhões. Mas a companhia disse que as vendas em lojas abertas há pelo menos um ano caíram 0,4% no período, devido à persistência da deflação em categorias como produtos eletrônicos e laticínios, além da economia em dificuldades.
Esse quadro marcou a segunda queda trimestral seguida. A medição é considerada um importante parâmetro da saúde de uma varejista, pois ela exclui os efeitos da expansão. Excluindo vendas de combustíveis, as lojas de descontos homônimas da companhia registraram queda de 0,5% nas lojas dos EUA abertas há pelo menos um ano, enquanto as vendas nas lojas do Sam´s Club cresceram 0,1%. A companhia não espera que esses números possam se recuperar muito no quarto trimestre, dizendo que a rede prevê uma queda de 1%, até uma alta de 1%.
O fraco desempenho dos EUA foi ligeiramente amenizado por crescimento no exterior, onde as vendas totais subiram 1,6%. As vendas internacionais corrigidas poe flutuações cambiais cresceram 12,1%, ajudadas pelo vigor no Reino Unido, México e Brasil e pela aquisição de uma rede de supermercados chilena.
Walmart, que gerou US$ 400 bilhões em vendas em 2008, é considerada um barômetro estratégico para gastos de consumidores, de forma que os economistas acompanham de perto as tendências de suas vendas, que podem indicar que tipo de recuperação os EUA podem ter.
A fragilidade nas vendas se mantém, mesmo num momento em que o Walmart recebe maior público de consumidores e tira participação de mercado das suas concorrentes com agressivas políticas de descontos. Isso significa que os compradores estão gastando menos por viagem.
Walmart tem conseguido arrebatar o movimento de consumidores mais ricos das lojas de preços mais caros. Mas a rede de descontos também tem notado sinais crescentes de tensão financeira entre seus consumidores mais representativos, percebendo oscilações mais pronunciadas nos gastos entre ciclos de dias de pagamento.
"Nossos clientes continuam nos dizendo que estão preocupados com suas próprias finanças e com o emprego", disse Eduardo Castro-Wright, vice-presidente do conselho de administração do Walmart, que chefia a unidade de negócios nos EUA. Isso tem significado que os compradores continuam se concentrando nos itens de maior necessidade e reduzindo suas compras de itens não-essenciais.
Castro-Wright disse a investidores numa conferência que as vendas de artigos de mercearia registraram alta inferior a 5%, deprimidas pela inflação em hortifrutigranjeiros, carne e laticínios. As vendas de decoração doméstica, móveis e malas e afins foram mais fracas em relação ao ano anterior.
O setor de vestuário mostrou queda mais suave nas vendas, mas as áreas de melhor desempenho foram roupas para dormir, meias e roupas íntimas.
Veículo: Valor Econômico