Concorrência acirra negócios na perfumaria

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O setor de cosméticos e perfumarias chama a atenção no varejo pelo crescimento exponencial dos últimos anos: em 2008, o Brasil conquistou 60,3% de participação no mercado de fragrâncias finas na América Latina. Segundo estudo da Givaudan, gigante produtora desse setor, em 2012 as vendas do setor devem chegar a US$ 11,3 bilhões e há expectativa de participação de 64,4% no continente. Entre 2003 e 2008 o mercado brasileiro movimentou de US$ 1,3 a 5,3 bilhões nesta área.Por conta da força desse potencial de mercado, o setor atrai empreendedores que criam cada vez mais redes especializadas para brigar por uma fatia desse bolo com os grandes players. As drogarias e supermercados também vendem esses produtos e obtém margens maiores e lucrar maior.

 

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumarias e Cosméticos (Abihpec), no Brasil as empresas que fazem venda direta e as franquias ainda não são os principais canais para a venda desses itens, já que a distribuição das vendas no setor mostra que 65,9% do faturamento ainda ficam com o varejo tradicional, 29% com vendas diretas e 4% com franquias.

 

No mercado, a conhecida rede Opaque deve acelerar sua expansão, e a loja de departamentos Renner, que já é uma das maiores revendedoras de perfumes do País também investirá mais na área, com um site que comercializará perfumes e relógios em 2010. No caso da Opaque, que está presente em centros de compras da capital paulista como Shopping Pátio Higienópolis, Pátio Paulista e outros, com seis unidades em São Paulo, a meta é crescer no setor e abrir mais lojas, além de ter acabado de investir na reformulação do seu comércio eletrônico (e-commerce).

 

De acordo com o diretor-geral da rede, Sun Chul Kim, a próxima unidade será inaugurada ainda este ano no Shopping Vila Olímpia, em São Paulo, e já está acertada a abertura de outra unidade na capital paulista no ano que vem. Novas lojas estariam sendo estudas para 2010 e para 2011. A rede optou por se posicionar de forma diferente da de perfumarias tradicionais, com lojas-vitrines de grandes marcas, operando no setor de shopping centers.

 

Segundo o executivo, que prefere não revelar detalhes da estratégia ou novas aberturas, é importante trabalhar o conceito e a marca da rede, que tem um grande potencial ainda a explorar neste mercado, que tem poucas redes conhecidas. "As perfumarias tradicionais, de bairro, estão diminuindo numericamente, e têm dificuldades de gestão porque os produtos ficam muito caros. O segmento está buscando novos canais, como a internet".

 

Pensando nisso, a rede, que só trabalha com importados e cerca de 60 marcas, como Versace, Hugo Boss e Lancôme, também aposta em um novo site, que pretende que seja "um braço das lojas físicas", além de possibilitar maior presença no comércio eletrônico, onde outros players, como a Sack's, e, agora, a Renner, também querem ampliar vendas. Hoje a página possui cerca de 50 mil usuários e os dirigentes creem que dentro de 12 meses esse número pode chegar a 200 mil usuários. "Existe essa demanda, mas queremos que o site seja um suporte para a rede, devemos trabalhar bastante o conteúdo e ter benefícios - como sistemas de pontuação que o cliente poderá acessar pela internet."

 

No varejo tradicional, a Renner aposta nesse mercado entrando no comércio eletrônico com a venda de relógios e perfumes no início de 2010. No fim do ano, deve ser feito um período de experiência do site, que terá sua logística separada da das lojas físicas, e terceirizada.

 

De acordo com José Galló, presidente da rede, não há intenção de vender roupas pela internet, devido à dificuldade de padronização de tamanhos, mas lingerie poderia ser vendida no futuro. A rede gaúcha, que tem cerca de 115 lojas no País, afirma já ser uma das maiores vendedoras de perfumes do Brasil, comercializando mais de 20 marcas importadas como Kenzo, Burberry, Givenchy e Ralph Lauren, além de conseguir contratos de exclusividade com algumas delas.

 

Farmácias

 

Algumas redes de farmácias também têm-se voltado para o segmento, oferecendo mais dermocosméticos e produtos de marcas importadas: é o caso da Onofre, que possui megastores que se destacam na venda desses itens e oferecem serviços, como o de maquiagem, para as clientes. Hoje, das vendas totais da rede - que tem 34 unidades, das quais 5 são megastores -, 20% já são de não-medicamentos, que a rede afirma serem de rentabilidade significativa. "Temos uma especialização muito forte nesse nicho: fomos pioneiros, já temos experiência e continuamos a investir nesses artigos e em serviços", afirma o superintendente da Onofre, Carlos Marques.

 

A rede deve crescer mais de 20% este ano em relação a 2008 e pretende expandir ano que vem, mas, em decorrência das novas normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), está fazendo adaptações nos projetos que devem ter reflexo na estrutura física das lojas, com alteração no tamanho e disposição dos pontos. Hoje, uma loja tradicional tem cerca de 200 metros quadrados e precisa de aporte médio de R$ 700 a 800 mil, e a montagem de uma megastore pode custar mais de R$ 1 milhão.

 

Segundo a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o segmento tem puxado as vendas do setor e, de janeiro a setembro, as vendas de não-medicamentos foram 23,9% do total - R$ 2,301 milhões, frente a R$ 2,024 milhões do mesmo período de 2008.

 

Veículo: DCI


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