A Fibria, gigante do papel e celulose que resulta da união entre Aracruz e VCP, informou ontem que conseguiu reverter o prejuízo pro-forma de R$ 586 milhões do terceiro trimestre de 2008, registrando lucro líquido de R$ 181 milhões de julho a setembro deste ano. Na mesma comparação, a receita líquida ficou estável em R$ 1,402 bilhão. Já o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado teve queda de 14% a R$ 426 milhões. A margem Ebitda caiu cinco pontos percentuais, para 30%, e o resultado financeiro passou de negativo em R$ 3,143 bilhões para positivo em R$ 517 milhões.
A empresa também anunciou que pretende formalizar até o final deste ano um acordo com instituições financeiras que eliminará algumas das restrições operacionais, definidas durante o processo de negociação das perdas bilionárias da Aracruz com derivativos. Segundo o diretor de Tesouraria e Relações com Investidores da Fibria, Marcos Grodetzky, o novo contrato terá perfil similar aos demais contratos da companhia.
A renegociação do acerto assinado em janeiro passado prevê que a Fibria não terá mais limitações em relação a investimentos ou a pagamentos de dividendos, assim como não será obrigada a repassar aos bancos resultados de geração de caixa superiores aos previstos entre as partes. "Considerando que teremos uma redução drástica no endividamento, poderemos transformar o acordo em um modelo padrão, como outros que temos em carteira", afirmou o executivo.
ACERTO. O contrato anterior também previa que os recursos levantados com uma eventual venda de ativos seriam destinados ao pagamento de parcelas do acordo em vigência. O plano da Fibria é liquidar ainda este ano ao menos 80% do montante de US$ 2,1 bilhões acertado na operação de renegociação das perdas da Aracruz com dividendos. Os 20% restantes, que ficarão concentrados em vencimentos de 2015 a 2017, terão as mesmas condições definidas anteriormente entre as partes.
A negociação concluída no início deste ano incluía ainda um montante de US$ 500 milhões referente a linhas de pré-pagamentos fornecidas pelos bancos. O prazo para o pagamento do montante era de nove anos. Para oficializar o novo acordo, que segundo Grodetzky já foi negociado, a Fibria levantará um total de US$ 3,6 bilhões, dos quais US$ 1,43 bilhão com a venda da Unidade Guaíba, US$ 1 bilhão com a emissão de títulos de dívida e US$ 1,15 bilhão com linhas de pré-pagamento de exportações. As duas primeiras operações já foram concluídas. O acordo em relação às linhas de pré-pagamento deve ser definido dentro de uma ou duas semanas, segundo Grodetzky.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ