As vendas do Ponto Frio no conceito mesmas lojas devem crescer acima de 80% até 2012, em relação ao desempenho apresentado em 2009, quando a gestão da companhia passou a ser compartilhada pelo Grupo Pão de Açúcar. A estimativa é do presidente do Ponto Frio, Jorge Herzog. De acordo com ele, parte do crescimento virá das operações de comércio eletrônico.
Herzog destacou que até 2012 a margem Ebitda, que é a relação entre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e a receita líquida, poderá atingir de 5% a 6% nas operações com mercadorias, serviços e financeiras, atingindo um benchmark próximo ao das principais redes varejistas nacionais. No terceiro trimestre deste ano, a margem Ebitda do Ponto Frio foi negativa em 0,5%, ante uma margem negativa acumulada de 5,7% de janeiro a junho.
O executivo ressaltou, em teleconferência com analistas, na sexta-feira, que o plano da empresa até 2012 é dar prioridade à rentabilidade das lojas, o que significa fechar as deficitárias e abrir outras em pontos estratégicos. Herzog ressaltou ainda que a empresa seguirá a estratégia de ampliar as condições de crédito, aumentar investimentos em comunicação, publicidade e formação de equipe de vendas.
Na avaliação dele, as vendas do Ponto Frio devem ficar "acima de dois dígitos" no Natal. Ele salientou que a recente base de crescimento das vendas, desde a aquisição da companhia pelo Pão de Açúcar, deve ser mantida até 2012. O executivo afirmou ainda que as equipes de ponto.com do Ponto Frio e do Pão de Açúcar estão trabalhando de forma integrada, na negociação com os fornecedores, para atender à demanda do final de ano.
"As sinergias da integração da empresa com o Grupo Pão de Açúcar podem somar até R$ 1 bilhão. Esse resultado é quase o dobro da previsão inicial anunciada em junho, quando a varejista foi adquirida pelo Pão de Açúcar", afirmou Herzog. Segundo a companhia, as sinergias financeiras deverão somar R$ 758,9 milhões. A empresa destacou ainda que há um potencial de ganho fiscal de R$ 258 milhões e as sinergias operacionais e comerciais poderão atingir até R$ 177 milhões.
Entre os ganhos operacionais e comerciais destaca-se a ampliação do poder de compra resultante da unificação das equipes responsáveis pelas bandeiras Extra Hiper, Extra Eletro, Ponto Frio, extra.com e pontofrio.com, onde foi identificado um potencial de R$ 112 milhões. Apenas para o Ponto Frio, a cifra é de aproximadamente R$ 80 milhões.
Em termos de logística, o melhor aproveitamento dos ativos e a integração da malha de abastecimento das lojas e também da entrega para os clientes gerou um potencial de sinergia de cerca de R$ 30 milhões anuais. A empresa identificou ganhos ainda na área de marketing, com o compartilhamento de campanhas cruzadas entre as marcas do grupo, assim como no potencial de negociação de custos de média. No área de back-office, com o compartilhamento das atividades transacionais, como contas a pagar, receber, tesouraria, auditoria, jurídico, contabilidade, recursos humanos, TI, manutenção e compras de indiretos, o potencial atinge R$ 35 milhões ao ano no Ponto Frio.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ