Fabricantes pedem revisão de lei que impede uso de alguns insumos tradicionais
Fabricantes de perfumes estão pedindo à Comissão Europeia que reconsidere um projeto que, segundo as empresas, pode inviabilizar a produção de fragrâncias famosas por restringir o uso de ingredientes naturais associados a alergias.
Marcas de luxo temem que a União Europeia as obrigue a alterar fórmulas célebres, como a do Chanel No. 5, e de marcas como Dior e Guerlain. O mercado de fragrâncias sofisticadas gera US$ 24,3 bilhões por ano.
A proposta se baseia em recomendações feitas em julho pelo Comitê Científico de Segurança do Consumidor. Os laboratórios dizem que as marcas nunca mais teriam o mesmo aroma e que os perfumistas passariam a ter muito menos ingredientes à sua disposição para criar produtos. “Seria o fim de lindos perfumes”, disse a presidente não-executiva da Chanel, Françoise Montenay.
O comitê científico estima que 1% a 3% dos habitantes da Europa sejam alérgicos ou potencialmente alérgicos a ingredientes encontrados nos perfumes, cifra que o grupo considera suficiente para justificar as preocupações. “Todos os cidadãos têm direito às mesmas proteções”, disse o presidente do grupo de trabalho do comitê, Ian White.
Os cientistas recomendaram que seja reduzida a concentração de 12 substâncias, incluindo o citral, encontrado nos óleos de limão e tangerina; a cumarina, achada na semente de cumaru; e o eugenol, presente no óleo de rosas. Além disso, a comissão propôs a proibição total de dois tipos de líquens que fornecem as notas de madeira em perfumes como o Chanel No. 5 e o Miss Dior. Segundo o presidente da Associação Internacional de Fragrâncias, Pierre Sivac, esses ingredientes são "a espinha dorsal de cerca de 90% das fragrâncias finas.
Veículo: Brasil Econômico