Faturamento dos supermercados cresceu 3,71%

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O resultado ficou abaixo do esperado pela Abras.

 

São Paulo - As vendas reais nos supermercados cresceram 3,71% em 2011 na comparação com 2010, segundo divulgou ontem a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O resultado ficou abaixo do esperado pela entidade, que era de crescimento do faturamento real de 4% a 4,5% no período.

 

Somente em dezembro ante o mesmo mês de 2010, o faturamento dos supermercados cresceu 1,54%. Na relação com novembro de 2011, o aumento foi de 30,01%. Segundo a Abras, a alta de 30,01% em dezembro ante novembro já era esperada, pois o último mês do ano computa as vendas para as festas de fim de ano.

 

Os números estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "O acumulado do ano de 3,71% confirma a tendência de acomodação do mercado, com crescimento mais moderado. O resultado integra a série de cinco anos consecutivos de resultados positivos", avalia o presidente da entidade, Sussumu Honda.

 

Já em volume, de acordo com levantamento da Nielsen, realizado a pedido da Abras, as vendas nos supermercados brasileiros tiveram alta de 1,8% em 2011, na comparação com 2010. Esse desempenho representou uma desaceleração no ritmo de crescimento em relação ao observado em igual período de 2010, quando as vendas subiram 6,7% sobre mesmo intervalo de 2009. A expansão deste ano foi puxada pela comercialização de bebidas alcoólicas, com alta de 5,7%, seguida pela cesta de perecíveis, com avanço de 4%.

 

Cesta - O valor da cesta AbrasMercado, formada por 35 produtos considerados de largo consumo, como alimentos, limpeza e beleza, medido pela GfK, apresentou alta de 2,23% nos preços em dezembro ante novembro, para R$ 318,64. Já na comparação com dezembro de 2010, o valor da cesta subiu 3,78%.

 

Os produtos com maiores altas em dezembro na comparação com novembro foram feijão (7,37%), sabonete (6,10%) e peça de carne traseira (6,02%). No ano, esses produtos tiveram alta, respectivamente, de 10,4%, 20,1% e 4,7%.

 

Já as maiores quedas em dezembro ante novembro ficaram com cebola, com recuo de 7,24%, batata, com -3,77%, tomate (-3,38%). No ano, porém, a cebola e o tomate registraram alta de 13,3% e 7,1%, respectivamente, enquanto a batata acumulou queda de 5,4%.

 

A alta da cesta AbrasMercado em 2011, de 3,78%, ficou abaixo do IPCA, que variou no mesmo período 6,5%. Em 2010, a variação apurada pela AbrasMercado foi de 17,40%. (AE)

 

Comercialização de cerveja decepcionou, diz associação

 

Já o vinho foi o destaque das vendas dos supermercados em volume em 2011

 

São Paulo - O volume de vendas de cerveja, produto que sempre foi o destaque de comercialização nos supermercados, decepcionou em 2011. De acordo com levantamento da Nielsen, feito a pedido da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), no ano passado, comparado a 2010, o item teve crescimento de vendas, em volume, de 2,3% ante avanço de 17,8% em 2010 na relação com 2009.

 

"Cerveja sempre foi um dos produtos que puxam o índice de vendas e até prejudicou o faturamento anual. Deveria ter registrado um percentual mais elevado de crescimento no ano passado, mas não teve", disse o presidente da Abras, Sussumu Honda, em coletiva de imprensa ontem. Segundo ele, o clima mais frio no final do ano ajudou a desacelerar as vendas da bebida.

 

Por outro lado, o vinho foi o destaque das vendas dos supermercados em volume. Em 2011, registrou aumento de 34,9% ante 2010. De acordo com Honda, o consumo da bebida - tanto nacional quanto importada - tem crescido anualmente na casa de dois dígitos. "A concorrência com importadores está fazendo com que a indústria nacional do vinho aprimore sua produção", afirmou o executivo, citando algumas empresas como Salton, Miolo e Valduga.

 

Sobre a obrigatoriedade do selo fiscal nos vinhos, de acordo com instrução da Receita Federal de dezembro, o executivo disse que a Abras foi contra "a partir do momento que havia a obrigatoriedade de selar produtos em estoque", o que acarretaria custos adicionais. "Mas o selo, em si, é bom para o setor. O segmento de uísque já faz isso há um bom tempo", declarou Honda, que disse também que a obrigatoriedade do selo fiscal foi um "lobby" da indústria nacional de vinhos.

 

Ainda entre os destaques em crescimento de volume de vendas ficaram os sucos de frutas para consumo (15,9%); as bebidas à base de soja (13,6%); o chocolate (11,1%); o leite com sabor (10,9%); os salgadinhos para aperitivos (9,7%); os desodorantes (7,9%); as carnes congeladas (6,7%); o açúcar (4,1%) e o iogurte (3,2%).

 

Já as maiores quedas de volume foram de sabão em barra (-13,2%); pilha seca (-8%); óleo e azeite (-7,7%); farinha de trigo (-7,7%); leite condensado (-5,1%); arroz (-4,7%); café em pó e em grãos (-4,3%); massa alimentícia (-3,9%); alimentos para cães (-3,7%) e leite em pó (-3,3%). (AE)

 

Carne e feijão puxam alta da cesta no Sudeste

 

A região Sudeste foi a que apresentou a maior alta nos preços de sua cesta de produtos em dezembro ante novembro. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o avanço foi de 3,79%, para R$ 311,56. Os "vilões" da cesta da região foram a carne de traseiro bovina, que teve aumento de 11,74% em dezembro, seguido do feijão (9,12%), do frango congelado (8,43%), do sabonete (7,22%) e do ovo (6,58%).

 

Na média nacional e no acumulado do ano, o item que mais aumentou de valor foi o café torrado e moído (25,7%), seguido do sabonete (20,1%) e margarina cremosa (14,5%). A carne de traseiro bovina, no ano, teve valorização de 4,7%; o feijão, 10,4%; o frango congelado, 4,2% e o ovo, 11,2%.

 

Ainda na análise por cestas regionais de produtos, o Centro Oeste teve a segunda maior valorização, com 2,89%, para R$ 305,36, acompanhado pelo Norte, com 1,64%, para R$ 358,98; Nordeste, 1,57%, para R$ 262,37 e Sul, com 1,40%, para R$ 348,38. (AE)

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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