Megalojas criam espaços com estilo de shopping center; híper é responsável por 7% do faturamento de vestuário
Estratégia tenta driblar perda gerada por terreno caro e trânsito, que empurra o cliente para comércio local
A seção de roupas dos hipermercados não é a mais a mesma. Pressionados pelos terrenos cada vez mais caros, que dificultam a instalação de grandes lojas, e pelo trânsito, que faz os clientes preferirem o comércio local, os hipermercados adotaram as roupas como estratégia para recuperar fôlego.
Para isso, estão adaptando o desenho da seção, aproximam o formato à função de shoppings, em que cada setor representa uma operação independente, uma espécie de "loja dentro da loja".
VITRINES
O Extra Jaguaré, na zona oeste de São Paulo, foi escolhido para estrear neste mês um projeto-piloto: terá piso de madeira, vitrines e caixa independente.
O redesenho será expandido aos 133 hipermercados da rede até o fim de 2014.
No fim do ano passado, o Carrefour testou um novo modelo de loja em duas unidades no ABC. Já o grupo Walmart tem um modelo similar no Reino Unido e estuda implementá-lo no Brasil.
Para o coordenador do Núcleo de Varejo da ESPM, Ricardo Pastore, o modelo de lojas enormes em que todo produto recebe tratamento parecido já foi bem explorado, e reciclá-lo é saudável.
"Começamos a tirar a imagem de que no hipermercado só se comprava o básico ou de coleção antiga", diz o diretor comercial têxtil do Grupo Pão de Açúcar, Sidnei Fernandes Abreu.
Os hipermercados respondem por 7% do faturamento de vestuário no Brasil, segundo o Instituto de Estudos e Marketing Industrial.
Veículo: Folha de S. Paulo