A dança das cadeiras no Pão de Açúcar, anunciada na noite de sexta-feira, foi bem recebida pelo mercado. Embora os papéis da companhia tenham caído 0,9% ontem, analistas afirmam que a queda foi irrelevante e não reflete a reação do mercado, já que a mudança desses executivos era esperada desde que o controle do grupo passou para as mãos dos franceses do Casino.
A movimentação deixou claro que o presidente Enéas Pestana continua firme no comando. Deixaram o GPA o vice-presidente de negócios especializados e presidente do conselho de administração da Nova Pontocom, Caio Mattar; o vice-presidente de relações corporativas, Hugo Bethlem; e Sylvia Leão, vice-presidente de gestão de gente.
Segundo comunicado divulgado pela empresa, a área comandada por Mattar será reorganizada. Alexandre Vasconcellos permanecerá como CEO do GPA Malls & Properties. Os negócios de drogarias e postos de combustível serão transferidos para a divisão de varejo, sob responsabilidade de José Roberto Tambasco, vice-presidente de negócios do varejo. Ramatis Rodrigues, vice-presidente de estratégia comercial, marketing, supply chain e TI, será indicado à presidência do conselho de administração de Nova Pontocom, enquanto Vitor Fagá assume a diretoria executiva de relações corporativas, mantendo-se também à frente da área de relações com investidores. Além disso, a área de gestão de gente ficará interinamente sob responsabilidade de Enéas Pestana, até que seja concluída a seleção de um novo profissional.
Expectativa. Segundo analistas, as mudanças no alto escalão da companhia estão no radar desde que o Casino assumiu o controle acionário do Pão de Açúcar em 22 de junho e outras trocas no médio prazo não estão descartadas, embora Jean-Charles Naouri, presidente do Casino, tenha afirmado publicamente que nenhuma alteração será efetuada. "Foi o próprio Enéas Pestana que demitiu dois executivos e aceitou o pedido da Sylvia Leão", afirma uma fonte.
No geral, analistas apostam que as mudanças no grupo devem ser pontuais e pouco devem afetar a estrutura do GPA. "A companhia deve crescer mais organicamente agora, a partir da troca de controle, o que já vem sendo anunciado. Essa deve ser a grande mudança", conclui Cauê Pinheiro, da SLW.
Veículo: O Estado de S.Paulo