Novamente depois de amargar uma queda dos negócios da operação internacional, a rede francesa Carrefour deverá impulsionar ações nos mercados de melhor desempenho, como é o caso do Brasil e da China. Ontem, o presidente-executivo do Carrefour, Georges Plassat, disse que a rede precisa defender os mercados maduros importantes para a companhia, justamente quando acrescentou que Brasil e China são peças-chave para o grupo.
No mercado nacional, a companhia é vice-líder do segmento, atrás do Grupo Pão de Açúcar (GPA), e deverá acirrar a disputa com armas como reposicionamento da imagem, redução de ativos pouco rentáveis e investimento em novos mercados. Uma novidade é a contratação da agência de publicidade Leo Burnett Tailor Made, para realizar algumas dessas estratégias, estimam especialistas.
A companhia supermercadista teve prejuízo líquido de 31 milhões de euros no primeiro semestre deste ano. O resultado significa uma redução da perda líquida do gigante varejista francês em comparação com o prejuízo de 249 milhões de euros verificado no mesmo período do ano anterior. Já o lucro antes de juros e impostos (Ebitd) recuou para 769 milhões de euros no primeiro semestre, ante 838 milhões de euros nos seis primeiros meses do ano passado, excluídas as operações descontinuadas na Grécia e em Cingapura.
A rede também sofreu com a forte concorrência e a queda da confiança do consumidor em seus mercados europeus. Apesar disso, o Ebitd veio acima das expectativas dos analistas de 681,6 milhões de euros. Na América Latina, o Ebitd cresceu 10%, compensando parcialmente o contexto difícil na Europa. Já as vendas da varejista tiveram um aumento de 0,9% no primeiro semestre, para 38,82 bilhões de euros, excluindo os impostos. As informações são da Dow Jones.
Concorrência
Líder do varejo no Brasil, o GPA, agora com o francês Casino como controlador, tem fomentado o consumo de alimentos saudáveis nas lojas. Em setembro acontecerá a 9ª edição da Semana do Peixe nas unidades do Extra e Pão de Açúcar. A previsão é de que a campanha representará um crescimento do volume das vendas de 20% ante a iniciativa de 2011. Um dos destaques é "a venda exclusiva do primeiro camarão orgânico brasileiro", em embalagem de 300 gramas. O crustáceo é criado apenas com alimentação natural e sem uso de medicamentos ou conservantes, garante o Grupo.
Na linha de peixes, o bacalhau é outro sucesso. Em 2011 foram vendidas 600 toneladas, aumento de importação de 50% ante 2010. No Extra, a Semana do Peixe será até dia 9, e no Pão de Açúcar, até dia 16. Ainda sobre esta última bandeira, com 160 lojas, a venda de morangos chama a atenção. "Como é cultivado sem agrotóxico, o orgânico respeita a sazonalidade. Por essa razão, ele chega às gôndolas nessa época", diz Sandra Caires, gerente-comercial de Orgânicos do Pão de Açúcar.
Fora a área de alimentos, com relação às vendas de linha branca a empresa registrou elevação mensal acima de 40%. Os dados são apurados entre os meses de janeiro e julho deste ano, em comparação a igual período de 2011 - em função da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A empresa, aliás, manifestou apoio à decisão do governo de manter o benefício fiscal para linha branca e móveis. Na empresa, entre os itens mais vendidos estão refrigeradores "inox" e lavadoras.
O diretor-presidente do Pão de Açúcar, Enéas Pestana, acredita que a medida é benéfica e irá contribuir com o crescimento sustentável da economia, impulsionada fortemente pelo consumo interno. "Acreditamos muito no Brasil e na força do mercado interno. Estamos atuando com o governo para a manutenção e expansão de medidas de fomento ao crescimento econômico."
Veículo: DCI