Casino diz que não planeja incluir Pão de Açúcar no Novo Mercado

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Abilio Diniz, segundo a Reuters, estaria planejando a migração para dar poder de voto a todas as ações do grupo


O Casino, maior acionista e controlador do Grupo Pão de Açúcar (GPA), não tem planos de levar a maior rede varejista do Brasil ao Novo Mercado da Bovespa, conforme afirmou ontem a companhia francesa em comunicado. "O acionista controlador da companhia, Casino, Guichard-Perrachon, não está considerando, neste momento, a migração para o segmento de listagem Novo Mercado da BM&FBovespa", diz o documento publicado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A nota do Casino vem em resposta ao presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Abilio Diniz, que quer migrar os papéis da companhia para o Novo Mercado.

Por meio de nota, ele afirmou ontem que quer que a empresa discuta a possibilidade na reunião do conselho marcada para sexta-feira. "Abilio Diniz entende que essa discussão se faz necessária visando o melhor interesse da companhia", diz o comunicado.

Voto. As companhias abertas listadas no Novo Mercado precisam seguir regras de transparência mais rígidas que as das outras companhias da Bovespa. Uma dessas regras, por exemplo, manda que todas as ações da empresa sejam Ordinárias Nominativas (ON), ou com direito a voto. Hoje, Diniz é o segundo maior acionista do grupo, com 21,3% das ações. O Casino é o maior, com 41,8% (a maior parte do restante das ações circula no mercado financeiro).

A mudança seria uma tentativa de Diniz de recuperar o poder que ele vem perdendo desde junho. Naquele mês, ele teve de vender parte de suas ações para fazer do Casino o maior acionista da empresa, conforme estava previsto no contrato feito com a empresa francesa em 1999.

Também segundo o contrato de 1999,Diniz teve de abdicar do comando da Wilkes Participações (dona do GPA e cujo controle fica 50% com a família Diniz e 50% com o Casino). O francês Jean-Charles Naouri, presidente-executivo e do conselho do Grupo Casino, passou a ser o principal executivo da Wilkes.

Quando o contrato foi assinado, a rede varejista brasileira tinha uma dívida de R$ 1,35 bilhão e por isso aceitou a varejista europeia como sócia, com uma participação, inicialmente, de 24,5%.

Quando assumiu o controle, Naouri trocou três conselheiros da Wilkes e assim passou a ter controle ainda maior sobre a empresa.




Veículo: O Estado de S.Paulo


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