Não dá para dizer que os funcionários do Carrefour foram pegos de surpresa na última sexta-feira, quando o grupo francês anunciou que encerraria sua operação de comércio eletrônico no Brasil. Desde outubro havia algo estranho no ar. Segundo ex-executivos da companhia, a empresa começou reduzindo para menos da metade o número de produtos à venda no site - de 40 mil para 20 mil itens.
O objetivo, segundo a companhia, era oxigenar a operação, reduzir estoque e eliminar produtos com pouco giro. "O problema é que o estoque começou a esvaziar e não havia reposição", diz um funcionário. O segundo passo foi encerrar o serviço de frete para algumas regiões do País, como Nordeste e Centro-Oeste. Na semana passada, antes de tirar o site do ar, o Carrefour estava entregando mercadoria apenas nas principais capitais. Nos últimos dois meses, a loja virtual já vinha oferecendo descontos de até 70% em alguns produtos.
A operação de comércio eletrônico do Carrefour empregava cerca de 100 pessoas. Em torno de 40 foram demitidas na última sexta-feira pela manhã, quando chegavam para trabalhar. Segundo relato dos funcionários, a situação foi constrangedora. Diretores de outras áreas foram convocados para ajudar nas demissões - entre eles, o gerente de marketing e o responsável pela área de embutidos da empresa. O Carrefour, por meio da assessoria de imprensa, não quis comentar as informações dos funcionários.
Veículo: O Estado de S.Paulo