Pão de Açúcar prevê receita de R$ 87,5 bi em 2015
Membros do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar (GPA), a maior rede de varejo do país, devem analisar e aprovar, nesta sexta-feira, o planejamento estratégico da companhia para o período de 2013 a 2015. Conforme apurou o Valor, o grupo prevê atingir receita bruta de R$ 87,5 bilhões em 2015, valor 52,4% superior aos R$ 57,4 bilhões a serem alcançados neste ano, nas contas da rede. Se chegar lá, o GPA terá multiplicado por quase duas vezes e meia a sua receita no período de cinco anos, de 2011 a 2015.
Nesse período a maior varejista do país foi controlada por Abilio Diniz (até junho deste ano) e pelos franceses do Casino, que assumiram o comando há pouco mais de cinco meses.
A expansão prevista, e já aprovada pelo Casino em novembro, será puxada pelo negócio de alimentos e pela abertura acelerada de lojas das bandeiras de atacado Assaí e do minimercado Extra. Para o intervalo de 2013 a 2015, a companhia acha possível abrir 120 pontos do minimercado Extra ao ano, com atuação mais forte inicialmente na Grande São Paulo. Para o Assaí, seriam pouco mais de 40 lojas nos três anos. Em 2011, o comando da rede estimou a abertura de 20 lojas da rede Assaí ao ano, de 2012 a 2014. A empresa prevê um crescimento orgânico mais forte nas regiões Sudeste e Nordeste, especialmente, apurou o Valor.
Os investimentos em equipamentos, lojas - de cerca de R$ 1,8 bilhão em 2012 -, devem pular para R$ 3,2 bilhões em 2015. Nessa conta estão incluídos todas as operações do grupo - varejo alimentar, atacado, eletrônicos (Via Varejo), comércio on-line e área imobiliária. Os maiores gastos devem ocorrer no varejo alimentar e na operação de negócios imobiliários. O maior salto no investimento será de 2013 para 2014.
Ao final de cada ano, o conselho do GPA discute e vota o planejamento estratégico dos três anos seguintes. Em 30 de setembro, data do último balanço, o Grupo Pão de Açúcar somava 1.828 lojas no país.
A rede varejista ainda pode tomar um caminho inédito: a abertura de lojas no formato de franquias da empresa. O assunto foi tema de discussão entre o conselho e a diretoria executiva, mas só deve ser aprofundado na reunião de planejamento daqui a um ano, em 2013, apurou o Valor. No Brasil, apenas o supermercado Dia, controlado pelo grupo Carrefour, opera dessa forma e registra altas taxas de expansão. A ideia é crescer mais rapidamente investindo menos.
A participação de alimentos nas vendas da companhia deve crescer gradativamente, de cerca de 54% em 2012 para 58% em 2015, enquanto não-alimentos tende a encolher na mesma velocidade. Nesse processo de expansão da divisão de alimentos, a empresa acompanha de perto a concorrência. Nas últimas reuniões da diretoria da empresa para elaboração do planejamento estratégico, considerou-se a necessidade de dar uma atenção especial aos chilenos do Cencosud, que fizeram várias aquisições no país desde 2010.
GPA deve passar a fazer suas próprias estimativas de crescimento para o Cencosud. Em relação a Walmart e Carrefour, a companhia entende que estas devem voltar a ganhar alguma competitividade - as redes estão em reestruturação. A diretoria de GPA manterá um acompanhamento muito próximo das ações das redes.
De acordo com informações apuradas, o Pão de Açúcar trabalha para atingir uma redução de despesas operacionais em cerca de um ponto percentual, para algo próximo de 19% das vendas líquidas em 2015.
O Grupo Pão de Açúcar foi procurado pelo Valor, mas não se manifestou.
Veículo: Valor Econômico