O Carrefour Brasil informou na sexta-feira a decisão de suspender suas atividades no segmento de comércio eletrônico. A medida foi tomada "em continuidade ao plano de reestruturação adotado com sucesso [pela empresa] há mais de dois anos", afirmou a rede de supermercados.
A multinacional francesa começou a venda pela internet no Brasil em março de 2010. O Carrefour afirmou que fará "todas as entregas de produtos referentes às compras realizadas no site". Na sexta-feira, o site já não aceitava compras. Segundo a companhia, a medida faz parte da estratégia de centrar esforços no processo de mudança do modelo das lojas físicas no país. O trabalho de Luiz Fazzio, presidente do Carrefour no país, contempla a revisão do formato de hipermercados, seguindo o plano da matriz para a operação global.
"Entre os pilares de atuação definidos pela companhia estão: o fortalecimento da operação de hipermercados, por meio da revitalização das lojas e da expansão do conceito de nova geração, implementado nas unidades de Santo André e São Caetano (SP), e que registra consistentes resultados; o acelerado plano de expansão do Atacadão; o posicionamento estratégico do Carrefour Soluções Financeiras frente ao crescimento da nova classe média; e o do desenvolvimento de novos formatos para atender o mercado local", informou o comunicado do Carrefour.
Essas unidades citadas no ABC paulista, no formato "nova geração", implementaram um modelo de hipermercado que tem semelhanças com o formato do Carrefour Planet na França. As lojas têm layout atraente e melhor disposição de produtos.
O Carrefour no Brasil vem passando nos últimos dois anos por um processo de transformação de seus negócios, liderado por Fazzio, mas a companhia não tem dado informações da evolução dessa reestruturação. É sabido que diretores foram demitidos e lojas foram fechadas.
As vendas brutas da rede crescem em velocidade semelhante a de outras cadeias, como Walmart e grupo Pão de Açúcar, segundo relatório de resultados que a empresa publica na França a cada trimestre. Mas não há dados sobre margem e lucro líquido.
A manutenção das vendas em alta, próxima a patamares dos rivais, é reflexo do peso do Atacadão nos números. A rede atacadista foi adquirida em 2007 e tornou-se vital para os resultados. Em agosto de 2011, numa visita do comando mundial da rede ao Brasil, foi informado que o Atacadão respondia por 50% das vendas da varejista no Brasil e por 75% do lucro.
Veículo: Valor Econômico