O conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar aprovou, na última quarta-feira, a reestruturação societária de suas subsidiárias Sendas, Sé, Barcelona (Assaí Atacadista) e Novasoc.
A reorganização busca simplificar a estrutura do grupo, que cresceu rapidamente por meio de aquisições e inclusão de novas companhias em seu organograma. Assembleia geral extraordinária, a ser realizada no dia 28, foi convocada para aprovar a reestruturação, a mais importante já feita pela empresa até hoje. As mudanças estarão completamente implantadas entre 2013 e 2014. O grupo é controlado pelo Casino.
A empresa decidiu separar parte dos ativos e passivos de redes compradas nos últimos anos, especificamente Sé e Sendas, e deve incorporar a soma ao patrimônio da companhia. No caso da rede Sendas, o GPA incorporará seis lojas e um conjunto de ativos como contas a receber e estoques; e passivos como impostos a pagar e salários e encargos. O Sendas foi comprado pelo GPA em 2004. Com a operação, os valores contábeis da parcela a ser incorporada ao patrimônio do grupo será de R$ 504 mil.
Com a subsidiária Sé, rede adquirida em 2002, o processo é semelhante ao de Sendas: uma parcela de ativos e passivos será integralizada ao GPA, incluindo pontos de venda. Serão incorporadas 44 lojas da Sé (hoje com nome de outra bandeira). Com essa operação, os valores contábeis da parcela a ser incorporada ao patrimônio do GPA é de R$ 514,6 mil. O cálculo foi feito pela Magalhães Andrade Auditores Independentes. Sendas e Sé não deixam de existir com a incorporação.
Nessa mesma linha, haverá outra separação, de parte da subsidiária Barcelona (da rede Assaí), que terá parcela de ativos e passivos incorporados ao Sendas. Nessa operação, a Barcelona deve assumir dívidas que GPA tinha com Sendas, no valor de R$ 281 milhões, e depois a parcela da Barcelona será incorporada ao Sendas.
Ainda há outros dois movimentos. Haverá uma troca entre ações do Barcelona nas mãos do GPA (cerca de 17% do capital social) por 6,9% das ações de Sé Supermercados de titularidade da subsidiária Novasoc. Este é um exemplo de simplificação das estruturas pois, após essa permuta, o GPA passa a ter 100% do capital do Sé.
Por fim, deve ser votada na assembleia a operação de subscrição de novas ações no capital da Barcelona. Isso deve ocorrer por meio da capitalização de créditos detidos pelo GPA contra a Barcelona.
A companhia informou, em comunicado ao mercado, que a operação tem como objetivo conseguir benefícios "de ordem administrativa, econômica e financeira", com uma organização mais simples do organograma da empresa. Segundo o GPA, a operação possibilitará "a consolidação e redução de gastos e despesas operacionais" e a obtenção de sinergias operacionais e fiscais.
Veículo: Valor Econômico