O presidente do Walmart nos Estados Unidos, Bill Simon saiu ontem em defesa das empresas americanas e, num discurso de apoio ao capital nacional, disse que é preciso apoiar a fabricação de produtos da indústria americana. Ele chegou a anunciar um plano adicional de US$ 50 bilhões para a compra de produtos locais para as lojas da rede. E ainda desmentiu o que seria uma "lenda urbana": a visão de que o Walmart tem, na maioria de suas gôndolas nos Estados Unidos, produtos estrangeiros.
"Nós podemos criar mais empregos apoiando a fabricação da indústria americana. Isto tem que começar com uma verificação da realidade de onde estamos hoje. A América ainda é a maior fabricante do mundo". Em outro momento, ele disse: "Eu sei que, de acordo com uma lenda urbana, as prateleiras do Walmart estão cheias de produtos estrangeiros. Mas a verdade pode surpreendê-los", afirmou ele durante o congresso da Federação Nacional do Varejo, nos EUA.
"De acordo com dados dos nossos fornecedores, itens que são feitos aqui [nos EUA], provenientes daqui ou cultivados aqui, representam cerca de dois terços do que gastamos para comprar produtos no Walmart nos EUA".
Simon disse ainda que estava "orgulhoso" em anunciar que o Walmart irá comprar um adicional de US$ 50 bilhões em produtos dos EUA ao longo dos próximos dez anos - numa soma de US$ 500 bilhões. "Nós designamos uma equipe sênior dentro Walmart para liderar este esforço. E nós decidimos que vamos assinar contratos de compra de longo prazo quando fizer sentido dar uma certeza aos fornecedores para investir aqui [nos EUA]", disse ele.
Segundo ele, era "fascinante que, durante a campanha [da eleição presidencial americana] todos esperavam ansiosamente a cada mês para que o governo dissesse quantos empregos do setor privado tinham sido criados". Para o executivo, a preparação para o relatório de empregos é um sintoma de um problema maior. "Nós desenvolvemos uma paralisia nacional, que é impulsionado por todos nós à espera de alguém para fazer alguma coisa", afirmou. "O governo está cheio de boas pessoas, mas é complexo, e, por vezes, o sistema pode levar tempo".
O Walmart também informou que irá iniciar uma estratégia de oferecer emprego a veteranos do Exército em seus primeiros 12 meses fora da corporação. A empresa informou ontem que sua oferta de trabalho - disponível a qualquer aposentado das Forças Armadas de maneira "honrada" - vai começar em 27 de maio.
A data corresponde ao feriado de "Memorial Day" nos Estados Unidos, destinado à lembrança dos americanos alistados que morreram em serviço. A maioria dos empregos será destinado às lojas físicas da empresa, a maior varejista do mundo. O objetivo é contratar 100 mil veteranos nos próximos cinco anos.
Veículo: Valor Econômico