Bahamas planeja expansão

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Rede de supermercados espera ficar entre as dez maiores do Brasil até 2015.

A rede supermercadista Bahamas, que em janeiro completou 30 anos de atuação no interior de Minas Gerais, pretende se posicionar entre as dez maiores do Brasil até 2015. Na 25ª colocação, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de 2011, publicado em 2012, a empresa, que no ano passado faturou R$ 1,022 bilhão, projeta um crescimento de 26% ao ano para atingir a meta de R$ 2 bilhões no prazo de três anos.

Para tanto, a empresa realizou um minucioso estudo de mercado e, com base nesse planejamento, investirá em logística e na ampliação no número de lojas, passando de 28 para 50. Neste ano, os aportes chegarão a R$ 63 milhões na abertura de um centro de distribuição e de três lojas no Triângulo Mineiro, além de outras duas, na Zona da Mata. No ranking mineiro, a rede Bahamas ocupa a quarta posição, sendo a primeira do interior do Estado.

"É um enorme desafio", resume o gerente de Marketing do grupo, Nelson Júnior, referindo-se ao plano de
expansão, batizado de "Trinta anos em três". Segundo ele, o projeto começou em 2011, quando foi contratada a empresa de consultoria paulista Francisco Rojo Marketing de Alimentos, que fez estudos de mercado e mapeou cinco grandes regiões do Estado: Sul, Norte, Triângulo Mineiro, Zona Metalúrgica e Zona da Mata. Com esse mapeamento, no ano passado foi iniciado o trabalho de prospecção de terrenos e municípios, com início de execução já em 2013.

Os planos seguem o percurso feito até então pela Bahamas, que nos últimos cinco anos investiu o equivalente a R$ 25 milhões para a construção de um centro de distribuição em Juiz de Fora, onde a empresa já conta com 19 lojas. Neste ano, serão construídas três unidades em Uberlândia, cada uma de uma bandeira: Bahamas, Bahamas Mix (atacarejo) e Empório Bahamas. E para dar suporte a essas lojas, será implantado um segundo centro de distribuição, o Regional Uberlândia. No total, esses primeiros aportes no Triângulo serão da ordem de R$ 50 milhões.

"Já estamos prospectando áreas em cidades do Triângulo e região, como Uberaba, Araguari, Ituiutaba, Patos de Minas e Araxá", informou Nelson Júnior. Segundo ele, a primeira loja, da Bahamas Mix, em Uberlândia, será aberta em meados de maio, seguida pela Bahamas e, depois, pela Empório. No segundo semestre começam as obras do centro de distribuição em uma área de 120 metros quadrados, estrategicamente localizado às margens do Rodoanel Airton Senna. "Facilitará muito a logística, para recepção de produtos vindos de Belo Horizonte ou Goiás, e distribuição às lojas que pretendemos abrir na região", explica.

Também no segundo semestre devem ser abertas as lojas de Leopoldina, com investimentos da ordem de R$ 7 milhões, e de Muriaé, com aportes de cerca de R$ 6 milhões, ambas na Zona da Mata. Quanto às projeções de investimentos até 2015, quando a Bahamas pretende figurar entre as dez maiores do país, Nelson Júnior diz que ainda não é possível informar os valores.

"Só teremos esses números no segundo semestre, pois vão depender das prospecções de áreas para as novas lojas que pretendemos abrir em 2014", informou, ressaltando que existe a possibilidade de aquisição de pequenas redes para o cumprimento da meta de 50 lojas nos próximos três anos. "A Bahamas já sabe onde vai investir", informou.

Retorno - Mesmo com essa indefinição quanto aos valores totais, Nelson Júnior estima um prazo de dois a três anos para o retorno dos investimentos, que serão viabilizados, em sua maior parte, por recursos próprios. "O momento do varejo está muito bom", justifica. Em sua avaliação, está favorável não apenas para o setor de alimentos, mas também para o de imóveis e automóveis. "E com os eventos esportivos, a economia vai girar", acredita. Até o ano passado, a média de crescimento da Bahamas era de 14% ao ano. Em outubro, atingiu 25% em relação ao mesmo mês de 2011.

Entre os fatores que Nelson Júnior destaca como mobilizadores desse crescimento está a chegada dos consumidores da classe D ao mercado. "Os consumidores da classe C já podem adquirir um imóvel ou um carro. E os da classe D, que ainda não podem conquistar esse sonho, já podem consumir um iogurte, carne, queijos", exemplifica, lembrando que o setor de frios e congelados "tem sido privilegiado" no setor supermercadista.

Mais do que isso, ele destaca o perfil da própria empresa. "Temos um estudo de mix minucioso, com gerenciamento por setor. E essa gestão, associada a decisões rápidas, pela diretoria, favorece muito os negócios", indica.

Como resultado desse plano de expansão, espera-se que o número de empregados passe dos atuais 4.650 para cerca de 7.700 nos próximos três anos. Para este ano, estão previstas 500 contratações.

Mão de obra - No entanto, se por um lado os bons índices de emprego e renda favorecem as vendas, por outro, dificultam as contratações: falta mão de obra. Para garantir a permanência e a qualificação dos empregados, a rede Bahamas criou a Universidade Corporativa Bahamas. Os cursos, gratuitos, são oferecidos desde janeiro a gerentes, subgerentes e trainees. "Os módulos variam segundo a função e são oferecidos em horário de serviço", informou.

Além das 19 lojas em Juiz de Fora, na Zona da Mata, a Bahamas tem ainda duas unidades em Cataguases, outras duas em Barbacena, além de uma loja em Ubá, Viçosa, Ponte Nova, Além Paraíba e São João del-Rei.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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