Com o forte aumento dos preços, as vendas de alimentos e bebidas nos supermercados tiveram a segunda queda consecutiva em março na comparação com o mês anterior, livre de influências sazonais.
A retração, de 2,1%, foi a mais intensa desde fevereiro de 2008 (-2,2%). A queda pesou no resultado das vendas do varejo como um todo, que tiveram leve queda de 0,1% em março ante o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (15) pelo IBGE.
"O preço dos alimentos teve uma forte elevação, o que influenciou no resultado do setor", afirma Aleciana Gusmão, técnica do IBGE.
A inflação de alimentos subiu 15% no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em março, quando o IPCA havia registrado alta de 6,59%.
Já na comparação anual de março houve alta de 4% nas vendas, explicada pela comemoração da Páscoa. No ano passado, o feriado ocorreu em abril.
Outro setor que pesou no resultado negativo de março frente ao mês anterior foi o de eletrônicos e equipamentos de informática e comunicação, com queda de 5,2%. Após acumular resultados positivos de dois dígitos em 2010 e 2011, teve aumento de 7% no ano passado e começa a cair em 2013.
"O que a gente percebe é que pode ter havido uma acomodação da demanda. O que o consumidor vai fazer daqui para frente é trocar de aparelho, mas para trocas tem que pensar duas vezes porque o orçamento está comprometido com alimentação", afirmou Reinaldo Pereira, gerente do IBGE.
O comprometimento da rendas das famílias, que está elevada, também explica parte da queda.
Veículo: Diário do Grande ABC