Os hipermercados vêm ganhando espaço nas vendas de bens duráveis. Em especial nas de eletroeletrônicos. Segundo levantamento da empresa de pesquisas GfK, o grupo de canais que inclui os hiper, chamado de generalista, teve alta de 16,2% na venda de aparelhos considerados “de entretenimento” no primeiro trimestre deste ano, em relação aos mesmos meses de 2012. No mesmo período, os estabelecimentos especializados nesse tipo de produto registraram crescimento de apenas 1,5%.
A cesta de entretenimento inclui tablets, computadores, televisões e outros itens, e representou, no primeiro trimestre, 63% do total das vendas de bens duráveis, arrecadando R$ 15,3 bilhões. A evolução dos hipermercados nesse segmento mostra a relevância que os não alimentos vêm adquirindo para seus resultados, sobretudo com a crescente preferência do consumidor pelos atacarejos e lojas menores na compra de alimentos.
Esse comportamento se repete em outros segmentos de produtos analisados pela GfK. No de telecomunicações, o canal que inclui os hiper aumentou a receita em 52,3%, enquanto nas especializadas o avanço foi de 7,4%. Na linha marrom (itens como aparelhos de som e de dvd, entre outros), as generalistas cresceram 24,5%, enquanto as rivais tiveram queda de 6,4%. Finalmente, considerando todos os bens duráveis, as lojas especializadas perderam 1,1% de sua receita entre 2012 e 2013, enquanto as generalistas ganharam 18,7% mais. A participação do grupo que inclui os hipermercados no total de vendas subiu, em um ano, de 21% para 24%. A venda de bens duráveis no primeiro trimestre totalizou R$ 23,6 bilhões.
A ascensão dos hiper na venda de produtos eletroeletrônicos está relacionada a diversos motivos, como a melhora do atendimento e formas de pagamento disponibilizadas ao consumidor. Eles foram os mais representativos no crescimento observado das lojas generalistas. “Nos últimos dois anos, os hipermercados ampliaram o sortimento e melhoraram o atendimento, além de oferecer condições de pagamento que os outros canais não possuem, como cartão próprio da loja. Com isso eles atraem, em especial, a classe C”, explica Simone Aguiar, diretora de varejo da GfK. Incentivos à indústria nacional, desonerações tributárias e a própria concorrência acirrada baratearam o preço médio de categorias nas quais é possível obter margens maiores, o que também favoreceu o consumo nessas lojas, que têm um apelo mais popular que as lojas especializadas.
Novas oportunidades
Outro produto que se destacou foram os tablets. Por ser uma categoria nova, a distância a ser tirada pelos hipermercados era menor. Embora esses aparelhos representem apenas 3% das vendas de bens duráveis, eles vêm se popularizando rapidamente. Entre março deste ano e o mesmo mês de 2012, a procura por tablets aumentou nada menos que 230%, mais que triplicando a receita. E o grupo de lojas do qual os hiper fazem parte já responde por 48,4% das vendas totais da categoria. Há um ano, o percentual era de 37,2%. O lançamento de modelos mais baratos, motivado pela concorrência entre as marcas e por uma desoneração tributária ocorrida em 2011, favoreceu as vendas dos hipermercados.
Concorrência
De acordo com o estudo da GfK, atualmente os maiores concorrentes dos hipermercados nas vendas de eletroeletrônicos não estão nas ruas, mas na internet. “O e-commerce também vem se fortalecendo. É um canal que deve continuar crescendo nos próximos anos e que possui a facilidade da compra dentro de casa”, ressalta Simone. No ano passado, as vendas do comércio eletrônico cresceram 29%, faturando R$ 24,1 bilhões, segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). Já outro estudo, da consultoria especializada e-bit, prevê vendas de R$ 28 bilhões na internet em 2013.
Veículo: Site Supermercado Moderno