Apesar do cenário econômico mais difícil e do aumento das despesas operacionais no segundo trimestre, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) conseguiu manter o ritmo de crescimento. Segundo o balanço da empresa, de abril a junho o lucro líquido ajustado somou R$ 327 milhões, alta de 35,8% ante a 2012. Se considerados efeitos extraordinários, o lucro líquido contábil foi de R$ 77 milhões no segundo trimestre, uma queda de 68,6%.

Entre essas despesas operacionais no período, a empresa destaca a associação entre Casas Bahia e Pontofrio, que custou aproximadamente R$ 67 milhões.

Para manter o ritmo de crescimento, a companhia segue a receita adotada ano passado: uma redução de custos apoiada na reestruturação operacional. A medida, que começou com a Viavarejo (holding que administra a Casas Bahia, Pontofrio e Nova Pontocom) também será adotada para o varejo alimentar.

Abilio Diniz, presidente do Conselho do GPA, afirmou em teleconferência com analistas, que todas as iniciativas que foram implementadas desde o ano passado no grupo têm sido positivas, e isso influenciou o desempenho de todas as bandeiras. "Mais uma vez os resultados são excelentes apesar do primeiro semestre difícil. A companhia está bem sólida e firme", disse o executivo.

Diniz ressaltou também o trabalho dos executivos do Assaí - bandeira atacadista da rede - , do formato de Minimercado Extra e da Viavarejo, comandadas por José Roberto Tambasco e Vitor Fagá, respectivamente. "Tivemos um excelente desempenho do Tambasco à frente das operações de supermercados com seus diferentes formatos. Destaco também o crescimento de vendas da Viavarejo, que agora consegue capturar a sinergia da empresa", completou.

A receita líquida de vendas do segundo trimestre foi de R$ 13,383 bilhões, alta de 11,2% na comparação com o mesmo período de 2012. As vendas "mesmas lojas" - operações abertas a mais de 12 meses - do GPA Alimentar cresceram 7,3% no período analisado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado aumentou 20,6% de abril a junho ante igual intervalo de 2012, para R$ 958 milhões. A margem Ebitda ajustada passou de 6,6% para 7,2%. Ao descontar os efeitos extraordinários, o Ebitda é de R$ 609 milhões, recuo de 24%. A margem Ebitda saiu de 6,7% para 4,5%.

Segundo o balanço, a receita bruta consolidada de vendas totalizou R$ 14,919 bilhões, com crescimento de 11,2%. Já a receita bruta do GPA Alimentar cresceu 8,8% enquanto o avanço da Viavarejo foi 14,2%.

Novas lojas e atrasos

O primeiro semestre foi positivo para o GPA em aberturas de lojas. Ao todo, foram abertas 58 lojas, mas segundo o presidente da rede, Enéas Pestana, mesmo o grupo tendo conseguido entregar mais da metade do guidance para 2013, é possível que ocorra algum atraso nas próximas inaugurações. "Devemos cumprir a expansão programada no começo do ano. O motivo de possíveis atrasos será por conta da dificuldade de encontrar imóveis adequados as nossas operações", diz.

O foco da companhia na expansão orgânica de suas operações possibilitou a entrega de 33 novas lojas no segundo trimestre, divididas em: 23 lojas do Minimercado Extra, quatro Casas Bahia, três do Assaí, duas do Pão de Açúcar e uma drogaria. De janeiro a junho, o crescimento de área de venda do grupo avançou 2,2%.

O Assaí e o Minimercado Extra (operação de proximidade da rede) são as bandeiras com maior investimento desde o começo do ano. Segundo Belmiro Gomes, diretor-geral da rede atacadista Assaí, nesses seis meses a bandeira dobrou os estados de atuação. "No começo do ano estávamos presentes em seis estados, chegamos a 12", disse ele. O executivo afirmou também que outras oito operações estão em fase de construção e serão entregues até o final do ano. "Já temos oito lojas em construção e só com a bandeira Assaí pretendemos crescer 40% este ano", disse.

Via varejo

O balanço apontou ainda que, na análise segmentada, a Viavarejo, teve lucro líquido ajustado de R$ 155 milhões no segundo trimestre ante R$ 7 milhões no mesmo período de 2012. O Ebitda ajustado teve incremento de 100,5% de abril a junho ante igual período de 2012, para R$ 446 milhões. A margem Ebitda ajustada passou de 4,1% para 7,4% no período. A receita líquida de vendas no segundo trimestre foi de R$ 6,062 bilhões, alta de 14% na comparação com o ano passado. Segundo Vitor Fagá, presidente que assumiu o cargo no lugar de Antônio Ramatis em maio desde ano, afirmou que os resultados estão ancorados no processo de redução de custos pelo qual a Viavarejo está desde o ano passado. "Tivemos redução das despesas na casa de 1,5 ponto percentual", disse ele ao que completou: "Esperamos um segundo semestre ainda melhor". A Nova Pontocom, operação de varejo eletrônico, teve alta de 26,5% no trimestre, com ganho de presença de mercado, reflexo de estratégia que combinou: reposicionamento de preços nas suas diferentes bandeiras e categorias e serviços diferenciados.



Veículo: DCI