TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO
Achar vaga no estacionamento, pegar carrinho, rodar quilômetros de gôndolas e ficar mofando na fila do caixa. Lá se foi, no mínimo, meia hora de supermercado após um longo dia de trabalho.O que é problema para parte da classe média alta de São Paulo gerou oportunidade para padarias 24 horas, como a Galeria dos Pães (zona central), e mercearias como o Santa Maria (zona sul).
O nicho chamou atenção do Pão de Açúcar, maior varejista brasileiro, que decidiu criar a bandeira Minuto para atender a esse público.As lojas serão bem menores do que as do Pão de Açúcar tradicional e focarão produtos de consumo imediato como saladas, lanches, queijos, pães e frutas. Haverá ainda itens básicos de higiene pessoal e limpeza.
Para não atrasar (nem comprometer o nome Minuto), o mercado promete ter caixa sempre aberto e rápido.A primeira loja será na rua Pamplona (zona central), com cinco caixas. O plano é abrir 110 lojas em 2014."O modelo de supermercados de proximidade já é uma realidade em vários países. Na França, o Casino [dono do Pão de Açúcar] é um grande operador desse modelo com mais de 7.000 lojas e nove marcas", disse Ronaldo Iabrudi, presidente do grupo.
As pequenas "delis" e mercearias são sucesso em Nova York, Londres e Paris. A diferença é que lá as lojas ficam na saída do metrô. Em São Paulo, precisam estacionamento e manobrista.Para se adequarem a espaços menores, essas lojas trabalharão com estoque baixo e reposição frequente de perecíveis. Isso esbarra na dificuldade logística de se deslocar em regiões com restrições a caminhões, além do barulho durante a madrugada.
O brasileiro ainda exige pão fresco na padaria (o Minuto terá uma minipadaria) e serviço de corte de frios. As lojas não terão açougue nem peixaria. Esses produtos virão embalados.
PÃO DE AÇÚCAR/MAR.2014
RECEITA R$ 14,972 bilhões
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS 156 mil
CONCORRENTES * Santa Maria, Galeria dos Pães, St Marche
*no segmento de mercados rápidos para classes A e B
Veículo: Folha de S. Paulo