Líder do comércio varejista brasileiro, companhia anuncia planos de reformular algumas operações para obter maior eficiência e, desta maneira, reduzir gastos em meio à crise econômica
Para melhorar a experiência de compra, driblar a crise econômica e reduzir custos, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) pretende criar mais espaço nos corredores, adotar ambientes especializados (como padarias e açougues) e fomentar a sinergia entre os centros de distribuição (CDs).
De acordo com o professor do centro de excelência em varejo da Fundação Getulio Vargas (FGV), Maurício Morgado, é possível dizer que esse movimento de reformulação na operação de grandes empresas seja copiado por outros varejistas, justamente para tentarem crescer este ano. "Vale lembrar ainda que entre bandeiras menores do GPA [Minuto Pão de Açúcar e Minimercado Extra], ao oferecer rapidez, ainda que cobrem a mais pelo serviço, as marcas conseguem atender às necessidades dos clientes. E isso vai de encontro à atual realidade do mercado, cada vez mais exigente."
Na estratégia de otimização dos negócios, o GPA fará uma ampliação na sinergia entre as bandeiras Cnova e Via Varejo. Uma das estratégias será partilhar o uso dos CDs. Outra medida envolve a utilização de um programa de eficiência energética, que poderá trazer resultados para a empresa já nos próximos trimestres.
Segundo informações da agência de notícias Reuters, o diretor executivo do Extra, Laurent Cadillat, comentou que o objetivo da reestruturação dos negócios visa modernizar as lojas, ou seja, criar mais espaço nos corredores dos supermercados e hipermercados, além de desenvolver ambientes especializados, como áreas exclusivas segmentos que têm crescido na rede, como os de padarias e de açougues. Assim, a meta é melhorar ainda mais a experiência de compra do cliente.
Investimentos
No balanço do primeiro trimestre deste ano, o Grupo Pão de Açúcar apresentou faturamento de R$ 17,2 bilhões - incremento de 14,8%. No entanto, o Grupo registrou queda de 25,06% no lucro líquido. A margem líquida também caiu, ao passar de 2,3% para 1,5%. A empresa afirmou que a Via Varejo está mais sensível aos efeitos do cenário macroeconômico adverso, já o segmento alimentar ainda tem sido resiliente.
Apesar do cenário econômico adverso, não há previsão de demissões em massa no grupo em 2015 e a meta é manter os investimentos anunciados este ano, disse o diretor financeiro Christophe Hidalgo. Conforme o executivo, a ideia é buscar pelo crescimento orgânico. A companhia acredita que é o momento de reforçar a estrutura das operações, tanto que em algumas lojas do Pão de Açúcar há a contratação de pessoas para a linha de caixa, para evitar filas. Em hipermercados o reforço é para açougue e peixaria.
Veículo: DCI