O varejista francês Carrefour anunciou ontem um agressivo plano de expansão. Com objetivo de investir 2 bilhões de euros por ano até 2022, a rede reforçará a operação virtual, expandirá a bandeira Atacadão, focará em produtos orgânicos e diminuirá as lojas Dia. Assim, a meta é se consolidar como um grande nome do varejo alimentar e ganhar espaço dentro e fora da Europa.
Para o Brasil o plano da empresa consiste em reforçar a bandeira de atacarejo Atacadão, formato que cresce à passos largos no País e tem norteado o investimento do Grupo Pão de Açúcar, maior rival do Carrefour. O plano da empresa é abrir 20 unidades do Atacadão ao ano no Brasil, além de começar a adotar o modelo também na Argentina.
“Tenho uma grande ambição para o Carrefour: tornar-se o líder mundial da transição alimentar. Para tanto devemos reformular o nosso modelo, simplificando a nossa estrutura organizacional, melhorando a nossa eficiência operacional, investindo nos nossos formatos de sucesso”, disse o CEO do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard.
De acordo com o executivo, a empresa também reforçará sua operação omnicanal, na mesma medida em que pretende aumentar a representatividade dos produtos orgânicos e frescos nas gôndolas.
Para atingir estes objetivos, o grupo pretende investir 2,8 bilhões de euros nos próximos cinco anos apenas em ferramentas e tecnologia, enquanto na parte dos produtos orgânicos, a varejista pretende mapear os alimentos e fornecedores, no intuito de garantir rastreabilidade dos itens expostos nas gôndolas.
Dentro do modelo tradicional de hipermercado, a estratégia também é se adaptar ao novo perfil de consumidor. Entre as mudanças, Bompard ressalta a adaptação das áreas de vendas à sua zona de atração. “Quando necessário, os hipermercados na França terão sua área total reduzida em, pelo menos, 100 mil m² até 2020”, diz a empresa, lembrando que, em cinco anos, a meta é abrir 2 mil lojas no mundo.
Nem tudo são flores
Como parte dessa grande reestruturação, o Carrefour também anunciou a revisão de ações e modelos pouco rentáveis. Exemplo disso, a bandeira Dia deverá perder espaço dentro do grupo, com a previsão de fechamento de 273 unidade. Segundo Bompard, haverá um movimento de busca por compradores das unidades individualmente. “Em caso de ausência de compradores, essas lojas serão fechadas”, dizia relatório divulgado pelo grupo.
Além disso, como partes das mudanças, o Carrefour irá fechar 2,4 mil postos de trabalho na França, em um movimento que visa dar “maior eficiência operacional à companhia.”
Os cortes, no entanto, não param por aí. Até 2022, o Carrefour quer reduzir em até 2 bilhões de euros os gastos com compra direta – por meio de aquisições em maior escala e renegociação com fornecedores; racionalização das compras indiretas, com controle das despesas e renegociação dos contratos de longa data; além da reduzir custos com logística. Ontem, as ações da rede subiram 3,22% na bolsa de Paris em função do anúncio.
Fonte: DCI São Paulo