Pacote de batata frita, por exemplo, tem 75 gramas de carbono.
Começa em 1º de julho um teste nacional na França para incluir nos rótulos de alimentos, roupas e eletrodomésticos a quantidade de carbono emitida na fabricação, transporte e armazenagem desses produtos. O consumidor terá a sua disposição, ao lado das etiquetas atuais - que descrevem as calorias ou composição dos produtos -, um rótulo com a quantidade de CO2 emitida. Um pacote de batata frita, por exemplo, tem 165 kcal, 10 g de gordura e 75 g de CO2.
O governo francês planejava instituir a rotulagem de carbono no início deste ano, mas um intenso debate no país sobre como medir o carbono em todas as etapas da produção e distribuição levou as autoridades francesas a criarem esse período de testes de 12 meses. Definidos os padrões, a ideia é expandir para outros impactos ambientais, como água e resíduos.
A metodologia básica utilizada para medir o carbono é a análise de ciclo de vida, avaliando as emissões da concepção até a reciclagem ou o descarte dos resíduos. São 168 companhias multinacionais participantes desse projeto, entre elas a Procter & Gamble, Heineken, H&M, L’Oreal e Unilever. O resultado deve se espalhar para outros países. Essas empresas exigirão que cada vez mais que seus fornecedores avaliem seus impactos ambientais. Ao mesmo tempo, a rotulagem de carbono pretende informar os consumidores sobre a pegada de cada produto e inspirar uma mudança no comportamento.
Esse último objetivo é o mais complexo. Um estudo recente buscou entender qual é a tendência do consumidor quando os produtos trazem o rótulo de carbono. Produzido por um grupo de pesquisadores da Grã-Bretanha, o artigo "Customer Response to Carbon Labelling of Groceries" mostra apenas um relativo interesse sobre as emissões de cada produto.
Os pesquisadores dividiram os produtos em três categorias de alimentos - verde (abaixo da média das emissões), amarelo (na média), e preto (acima da média). Quase 3 mil pessoas aceitaram participar e foram entrevistadas antes e depois da rotulagem dos produtos. Desse grupo voluntário, os produtos classificados como pretos foram cortados por 6% dos consumidores e os verdes tiveram aumento de consumo apenas de 4%. Mas quando o produto verde também era o mais barato, 20% dos consumidores optavam por ele. Os resultados finais estão no "Journal of Consumer Policy" (http://www.springerlink com/content/1lw15301384j31u2/)
Menos carne - Outro esforço muito comum para mudar o comportamento do consumidor é a campanha de conscientização. A campanha "Meatless Monday" (segundas sem carne) que está sendo promovida nos Estados Unidos vem repercutindo entre a população americana, aponta pesquisa de opinião realizada pela empresa FGI Research. A metade dos respondentes disse que conhecia a campanha. Desses, 27% disseram que a campanha os influenciou a reduzir seu consumo de carne. Veja mais em http://www meatlessmonday.com/.
Veículo: Diário do Comércio - MG