Apesar dos esforços do governo para aumentar o número de cooperados na reciclagem de latas de alumínio para bebidas, 93% do resultado desse processo ainda dependem dos chamados catadores independentes. Esse número expressivo pode ser visto no último balanço da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas) com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal).
Das 239,1 mil toneladas de latas de alumínio recicladas no ano passado, mais de 222 mil toneladas dependeram diretamente do trabalho desses trabalhadores manuais.
"O catador ainda é o grande responsável pela base dessa pirâmide"", afirma Henio De Nicola, coordenador da Comissão de Reciclagem da Abal. O processo de reúso, no Brasil, atingiu 97,6% das latas comercializadas. Em 2009, esse índice chegou a 98,2%. Porém, a produção de latas de alumínio para bebidas aumentou 21% em 2010.
Segundo o coordenador da Abal, existem cerca de um milhão de catadores no País, dos quais apenas 7% são cooperados. "Apreciamos os projetos do governo para levar esses trabalhadores às cooperativas, mas sabemos que essa tarefa não é fácil", afirma. Para De Nicola, os lucros já são baixos para o catador dividir.
A reciclagem de latas de alumínio movimentou em 2010 cerca de R$ 1,8 bilhão, dos quais R$ 555 milhões foram injetados na etapa de coleta. A reciclagem de latas de alumínio utiliza 5% da energia elétrica e libera 5% da emissão de gás de efeito estufa quando comparada com a produção de alumínio primário.
Veículo: DCI