A informação de que a adoção de novos potinhos pela Danone reduz em até 24% a emissão de gases poluentes na produção do Activa de 150 gramas e do Danoninho tanto agrada quanto causa surpresa aos consumidores. É que eles ainda não se deram conta de que o plástico das embalagens de muitos dos produtos levados à mesa todos os dias ou usados na higiene e beleza pessoal começam a deixar de ser vilões da preservação ambiental para ser tornar ecologicamente corretos.
"Havia notado a diferença na cor da embalagem, mas não tinha conhecimento de que era possível produzir plástico com a cana-de-açúcar nem tinha visto o selo I'm Green", diz a massagista Adriana Regina dos Santos, se referindo ao "selo verde" usado na embalagem do Activia para caracterizar o bioplástico fabricado pela Braskem. A linha Activia faz parte do cardápio diário da massagista. "É importante que o alimento com conceito saudável tenha preocupação com a natureza", comenta.
O uso da resina verde é uma das iniciativas da Danone para reduzir em 30% suas emissões de gases poluentes até 2012. "Marcas de sucesso entre o público adulto e infantil foram consideradas os melhores expoentes para incorporar a novidade nesse primeiro momento", diz Adriana Matarazzo, diretora de sustentabilidade da companhia.
Caixas de leite longa vida com tampa de polietileno verde também entraram na vida do consumidor brasileiro. Há pouco mais de dois meses a Nestlé Brasil lançou, numa parceria com a Tetra Pak, a primeira embalagem do mundo com tampa produzida com cana-de-açúcar. Todas as novas embalagens dos leites UHT Ninho, Ninho Baixa Lactose e Molico são produzidas com essa tecnologia, uma novidade para o administrador de empresas Victor Postiglione. "Acho que a eco sustentabilidade virou um instrumento de marketing, mas não tinha conhecimento do uso do plástico verde nas embalagens que é uma estratégia que parece ter efeito concreto na redução da emissão de gases", afirma.
Pesquisas de opinião entre consumidores contribuem para definir estratégias da Natura como a de envasar em embalagens de bioplástico mais de 30 produtos das linhas Ekos, Erva Doce e refis Sève. "70% dos brasileiros têm pretensão de gastar mais com produtos verdes nos próximos anos mas eles consideram limitada a oferta desses produtos no país", diz o gerente de desenvolvimento de embalagens da Natura, Emiliano Barelli.
A novidade nas embalagens dos cosméticos da marca, no entanto, passou despercebida até por consultoras de vendas da Natura, como Antônia Aparecida de Godoy. Ela diz que o uso do plástico verde pode aumentar o número de pedidos de produtos que já são campeões de venda entre sua clientela. "Essa informação é importante para reforçar a fidelidade dos clientes", diz. (S.S.)
Veículo: Valor Econômico