Das 38 companhias do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), da BM&FBovespa, 8
divulgaram informações
Discretamente, a transparência na informação sobre práticas de sustentabilidade nas
empresas de capital aberto ganhou um importante avanço na sexta-feira passada.
Pela primeira vez desde que foi lançado, há seis anos, o ISE (Índice de
Sustentabilidade Empresarial) da BM&FBovespa estimulou as companhias a divulgar suas
respostas ao questionário de ingresso no índice, revelando um quadro detalhado de
como atuam nessa questão.
Embora todas as empresas que compõem a carteira atual do ISE divulguem relatórios de
sustentabilidade, a informação de que seriam estimuladas a abrir as respostas do
questionário para a Bolsa gerou divergências.
No começo de setembro, o Ibri (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores)
enviou um comunicado recomendando "aos associados que orientem as companhias a não
divulgar as respostas dos questionários".
Foi seguido pela Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), que também
defendeu a não divulgação. Procuradas, as duas organizações não se manifestaram sobre
o assunto.
Em direção contrária, a Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de
Investimento do Mercado de Capitais) divulgou um comunicado de apoio à proposta do
ISE, destacando que ampliar a abertura das informações ao mercado é uma das missões
do índice, bem como induzir as companhias a adotar as melhores práticas.
Reservadamente, outras instituições também apoiaram a medida.
Das 38 empresas que compõem o índice, 8 divulgaram suas respostas (disponíveis no
site da Bolsa): AES Tietê, Bicbanco, Banco do Brasil, CCR, Coelce, Eletropaulo,
Energias do Brasil e Natura.
Embora tímido, o resultado foi comemorado. "Diante de tamanha novidade e das posições
contrárias, isso superou nossas expectativas", afirmou a diretora de Sustentabilidade
da BM&F Bovespa, Sonia Favaretto.
Ela afirma que as empresas que não divulgaram seus dados não devem ser olhadas com
desconfiança.
"As respostas são binárias e muitas acabam receando serem mal interpretadas."
O conselho do ISE também decidiu ampliar a clareza das informações ao mercado sobre a
própria composição do índice, abrindo a pontuação para cada um dos critérios.
Veículo: Folha de S.Paulo