A partir do dia 25 de janeiro, as sacolinhas plásticas serão abolidas dos supermercados de São Paulo
Já virou uma rotina: toda vez que a psicóloga Karine Palmarine vai ao supermercado, ela leva suas sacolas retornáveis, feitas de tecido. Quando esquece, compra no caixa as biodegradáveis, por R$ 0,19 cada, as mesmas que usa em casa nos cestos de lixo pequenos. No grande, utiliza um saco normal de lixo.
Karine mora em Jundiaí, a 60 quilômetros da capital, cidade que aboliu as sacolinhas plásticas de supermercado há um ano e meio, num acordo do setor varejista com a prefeitura.
O mesmo acordo, testado com sucesso em Jundiaí, passa a valer em São Paulo e várias outras cidades do estado no próximo dia 25. Grandes redes varejistas, como Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart, já aderiram ao acordo e prometem substituir as sacolas de polietileno por ecobags (retornáveis) e sacolas biodegradáveis, que serão vendidas por R$ 0,19.
Em Jundiaí, pesquisa feita pelo Ibope mostra que o acordo foi um sucesso: 70% da população não quer a volta das sacolas plásticas. A mesma pesquisa diz que 80% da população deseja que a iniciativa, que mobilizou 130 supermercados da cidade, seja estendida para outras cidades e 90% quer o fim das sacolas também em outros segmentos do comércio.
Edvaldo Bronzeri, vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados) e um dos idealizadores do acordo de Jundiaí, comemora os números alcançados na cidade.
“Em um ano e meio, tiramos 330 milhões de sacolas plásticas do meio ambiente”, disse. “Foram 1,2 mil toneladas de polietileno que deixaram de ser jogadas no lixo.”
Bronzeri argumenta que cada sacola pode demorar até 400 anos para desaparecer do meio ambiente. Além disso, disse o vice-presidente da Apas, elas liberam substâncias tóxicas na decomposição e poluem as cidades, entupindo bueiros, aumentando as chances de inundações e sobrecarregando os aterros sanitários.
Empregos- Miguel Bahiense, presidente da Plastivida (Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos), rebate e afirma que o acordo só servirá para gerar lucros aos supermercados, que passarão a cobrar pelas sacolas biodegradáveis, e para acabar com cerca de 30 mil empregos no país.
Bahiense se baseia num estudo, que apontou as caixas de papelão e as sacolas de pano como causadoras de contaminação nos produtos, para disparar: “Não se deve proibir as sacolas plásticas e sim utilizá-las com consciência”.
Veículo: Diário de S.Paulo