Parceria internacionaliza economia solidária

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Iniciativa deve retirar 1 milhão de garrafas plásticas das ruas por mês


Uma experiência de integração produtiva entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai vai possibilitar a retirada de cerca de um milhão de garrafas PET, mensalmente, de circulação. A parceria resultou na construção de um centro de beneficiamento do material, sediado em Novo Hamburgo, e que deve começar a operar ainda no primeiro semestre de 2012.

 

A ideia, motivada pela visita do presidente uruguaio José Mujica ao Rio Grande do Sul em novembro passado, é promover a internacionalização da cadeia de economia solidária. Ao todo serão investidos R$ 4,1 milhões - R$ 3 milhões em aportes federais e R$ 1,1 milhão em contrapartida do Tesouro do Estado - na preparação de uma área de 600 metros quadrados, cedida pela prefeitura de Novo Hamburgo.

 

O empreendimento deve gerar 30 empregos diretos e mais de 500 novos postos de trabalho para catadores de polos nas cidades de Jaguarão, Santa Cruz do Sul, Novo Hamburgo e Canoas que concentrarão a coleta feita por recicladores gaúchos. O material arrecadado será triturado e transformado em flake. Em seguida, a substância é enviada ao Uruguai e recebe o tratamento necessário para a produção de fibras e retorna ao Brasil, onde outras cooperativas utilizarão a matéria-prima para a confecção de peças de vestuário, como blusas, saias, calçados e bolsas.

 

Para oficializar a parceria, o governo do Estado e os municípios envolvidos assinam hoje o contrato de instalação. O diretor de Apoio à Microempresa e Economia Solidária da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia, Trabalho e Turismo de Novo Hamburgo (Sedetur), Ênio Brizola, diz que o prédio está em fase de conclusão e o processo de licitações para a compra de equipamentos deve começar nos próximos dias. “A iniciativa, além de ampliar as fronteiras da economia solidária é de vital importância para a autonomia dos trabalhadores, que passaram a integrar e gerenciar uma rede estruturada para contemplar todas as pontas da produção”, destaca.

 

O secretário da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa, Maurício Dziedricki, diz que o modelo de projeto é inédito. Ele classifica a iniciativa como um marco do setor e antecipa que será instituído o Conselho Estadual de Economia Solidária. “O objetivo da internacionalização é a formação de uma matriz de desenvolvimento dentro da economia cooperativa e solidária, um reconhecimento que já acontece na América Latina e na Europa. É um passo decisivo para que se criem forças produtivas necessárias para desvincular o Estado dos interesses especulativos, justamente, por meio do capital social”, defende.

 

O Rio Grande do Sul conta, atualmente, com 2,5 mil empreendimentos já mapeados e identificados como iniciativas econômicas, rurais e urbanas, em que os trabalhadores estão organizados coletivamente.

 


Veículo: Jornal do Comércio - RS


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