A preocupação com o meio ambiente e com uma economia sustentável não é privilégio das grandes corporações. Micro, pequenos e médios empresários também adotam uma postura que vem ao encontro da chamada "economia verde".
"Pequena empresa também poluí o meio ambiente. Muitas delas produzem fumaça e resíduos, possuem esgoto, entre outros problemas. E qual é o papel do empresário? Observar se sua empresa está cometendo falhas nesses aspectos. Se a avaliação for negativa, é porque algum problema no processo da empresa está acontecendo. E é esse aspecto que deve ser trabalhado", explica Dolores Lustosa, gestora do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no Rio de Janeiro, junto a Rio+20.
Mudar pequenos hábitos existentes nas empresas faz uma grande diferença. Diferença essa que, além de contribuir para um meio ambiente mais saudável, ainda se reverte em lucro para a empresa. Um exemplo é a empresa Chamma da Amazônia, uma indústria de perfumes, contratou consultores para resolver o problema dos resíduos da produção dos perfumes. Quando os pesquisadores chegaram à empresa, perceberam que o lixo era perfumado. Tratava-se das raízes das plantas, de onde eram extraídas as essências. O que fazer com elas? Jogar no meio ambiente? Não. As raízes, de lixo passaram a servir como sachês perfumados e se tornaram outro produto a ser vendido pela empresa. Essa ação rendeu para a Chamma da Amazônia um lucro a mais de R$ 3.763,21 por ano. Há cinco anos, a empresa jogava no lixo aquelas raízes e novos lucros.
"São ações inteligentes como essa, que o empresário deve tomar. É perceber o que está acontecendo de errado no processo da sua empresa e mudar. É transformar um problema em lucro", explica Lustosa. E quais são as oportunidades que o empresário tem na hora de acertar o erro no processo de sua empresa? Prevenir, minimizar, reaproveitar ou reciclar.
Resíduos em restaurantes e o que fazer com o lixo orgânico também é uma preocupação diária do setor. É o caso, por exemplo, de Lêda Maria de Santana Jesus, dona de uma rede de bares e restaurantes na região de Niterói, cidade vizinha ao Rio de Janeiro. Lêda tem lucrado bastante com a reciclagem do lixo produzido por seu estabelecimento. "Mando o lixo, depois de devidamente separado para reciclagem e vendo o lixo orgânico para a indústria de adubos e fertilizantes", contou.
O trabalho do Sebrae - segundo Lustosa - é incentivar a prática de posturas sustentáveis entre micro e pequenas empresas. "Quando todos entenderem que devem contribuir para o meio ambiente, certamente, todos sairão lucrando com isso", completou.
Veículo: DCI