A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) reiteraram ontem a responsabilidade dos países desenvolvidos para a redução dos gases que causam o efeito estufa (GEE). Segundo a direção das duas instituições, é necessário que esses países revejam seus padrões de consumo e produção, e sua matriz energética, e assumam os custos e a responsabilidade com o futuro do planeta.
Conforme o documento publicado no Humanidade 2012, evento ambiental e empresarial paralelo à Rio +20, Fiesp e Firjan acreditam no princípio das "responsabilidades comuns, porém diferenciadas" estabelecido pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima durante a Eco92, para alterar o panorama das emissões de poluentes na atmosfera.
Para os industriais, todos os países têm responsabilidade em adotar ações efetivas para assegurar a redução das emissões, apesar de entender que "não basta apenas que as nações em desenvolvimento trilhem o caminho sustentável".
Segundo o documento, o setor de energia é o que mais emite GEE no mundo: 66%. O setor da agricultura é responsável por 14% das emissões, seguido do uso do solo e florestas (13%), processos industriais (4%) e resíduos (3%).
Com isso, as instituições defendem novas formas de geração de energia, mais limpas; a segurança alimentar para acabar com a fome e a miséria no mundo; o uso racional da água, assim como o reúso e o tratamento de efluentes; e o desenvolvimento de novas tecnologias para melhorar os processos de produção.
"Acreditamos no potencial das hidrelétricas para gerar a energia necessária para o Brasil e o mundo, inclusive nas hidrelétricas da região amazônica", disse Skaf.
Ao ressaltar a importância da recuperação de áreas ambientalmente degradadas do planeta, as federações avaliaram que esse é um dos pontos em que o Brasil está mais vulnerável, mas sustentam que houve avanços.
Na quinta-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) deve apresentar um relatório com ações de inovação e sustentabilidade tomadas por empresas de diversos segmentos desenvolvidas desde a realização da Rio-92, há 20 anos.
Para Skaf, entre as duas conferências houve uma mudança de visão por parte do empresariado, que antes enxergava as ações de sustentabilidade como um "ônus" e agora as vê como um "bônus", pois induzem o aumento da produtividade.
Veículo: Diário do Comércio - SP