A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu ontem as medidas do governo para estimular o consumo, inclusive a redução do IPI de carros, e disse que não são incompatíveis com o debate sobre desenvolvimento sustentável da Rio+20. Em seminário sobre sustentabilidade no Brasil, ela criticou as discussões sobre indicadores socioambientais que não levam em conta questões de governança e gestão. "Tem limite para a miopia ambiental", afirmou a uma plateia formada principalmente por ambientalistas.
"Está na hora de debatermos as unidades de conservação, a regularização fundiária, o acesso à informação com conhecimento técnico e científico. Vamos acabar com o achismo ambiental", disse durante o seminário Brasil Sustentável - o caminho para todos.
Sobre o arrojo ao crédito e a redução de impostos para estimular que os brasileiros consumam, a ministra afirmou que "medidas de curto prazo não podem ser confundidas com a discussão de médio e longo prazos da Rio+20, onde vamos fazer um debate para os próximos 20 anos, discutir o futuro do planeta sem pensar no curto prazo, sem falar em crise, em guerra".
Para ela, "a questão do IPI é para solução de crise de curtíssimo prazo, temos empregos que estão em jogo". Para a ministra, essas medidas emergenciais não impedirão um esforço do País para "pactuar um novo padrão de consumo, já que é insustentável repetir os modelos que estão colocados". Ela concorda com um novo modelo de medida de riqueza dos países que vá além do PIB e leve em conta indicadores não econômicos.
Veículo: Diário do Comércio - SP