Maior empresa do País de nanotecnologia, a Nanox ganha mercados com pequenas - e lucrativas - invenções
É consenso entre os cientistas que gastam seu tempo em busca de inovações para as grandes empresas que uma das mais promissoras fronteiras do conhecimento é a nanotecnologia. As chamadas nanopartículas são cerca de 50 mil vezes menores que um fio de cabelo e proporcionam aos produtos propriedades físicas superiores (rigidez maior, mais brilho e resistência a impactos, para citar alguns exemplos). Nesse campo, existe uma empresa brasileira que vem conseguindo emplacar invenções que têm uma aplicação efetiva no mundo corporativo. Trata-se da Nanox, surgida em 2004 a partir da associação de três estudantes de química da Universidade de São Carlos, no interior de São Paulo. André Araújo, 29 anos, Gustavo Simões, 29 anos, e Daniel Minozzi, 30 anos, construíram uma marca hoje reconhecida por sua capacidade de gerar soluções práticas para velhos problemas da indústria. “O nível de conhecimento que usamos é muito maior do que o utilizado na área de computadores”, diz Simões, sem modéstia.
A maior descoberta do trio foi uma solução antimicrobiana desenvolvida no Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica, da Unesp. As variações do produto, criado a partir da manipulação de materiais em escala molecular, permitem um mundo em que geladeiras não têm mau cheiro, tetos de banheiro não emboloram e alimentos duram o dobro de tempo.
A inovação despertou o interesse de empresas como a multinacional mexicana de eletrodomésticos Mabe, que aplica a invenção da Nanox em toda a linha branca da sua unidade no México. Hoje, a Nanox tem uma carteira de dez clientes, entre eles a marca de secador de cabelos Taiff, a linha de purificadores de água IBBL e a Resimax, empresa de resinas plásticas. Apesar de trabalhar no universo nano, os três sócios têm uma imensa ambição. Atualmente, faturam R$ 1,5 milhão. “Queremos fazer nossas vendas cresceram 2.000% até 2012”, afirma Simões.
Veículo: Revista Isto É Dinheiro