Hoje, antes de de adquirir qualquer bem as pessoas utilizam meios eletrônicos para levantamento de dados e, posteriormente, efetivar a compra.
Pesquisa realizada pela IBM com 30 mil consumidores de seis países, entre eles o Brasil, revela dados que podem ajudar o varejista a se preparar para o cenário tecnológico que vem amadurecendo ao longo dos anos. De forma acentuada, a tecnologia tem impacto importante na hora da compra.
Hoje, antes de de adquirir qualquer bem – um tênis, um fogão, uma casa ou escolher um serviço – as pessoas utilizam meios eletrônicos para levantamento de dados e, posteriormente, efetivar a compra. O estudo da IBM, finalizado em abril de 2010 e intitulado "Indo ao encontro das demandas do consumidor inteligente", teve como objetivo entender como os consumidores se comportam em relação ao processo de compra e como enxergam a interação via meios de acesso, como celular, TV, telefone, web.
De acordo com a faixa etária, a pesquisa revelou que 52% da Geração Y, aquela composta por nascidos após 1980 (também conhecida como Geração Millennials ou Geração Internet), se utiliza desses canais e está mais propensa aos métodos alternativos de compra. Já no pessoal de mais de 56 anos o índice é de 46%.
"A grande surpresa foi a pequena diferença entre as faixas, já que a princípio faz mais sentido entre os jovens", revela Alejandro Padron, líder da área de consultoria da IBM Brasil para o segmento de varejo. A Geração X (composta pela faixa etária entre 31 anos e 45 anos), e entre 44 e 56 anos, também se mostraram receptivas.
A conclusão é que todas as idades, com destaque para a geração Y, estão dispostas a usar novos meios de compra. Isso implica em algo importante: os varejistas têm de apostar em meios que os consumidores acessam antes da compra, seja para pesquisar o produto, o preço, seja para localizar um endereço.
Três canais eletrônicos demonstram potenciais maiores. A internet é o mais antigo e mais propagado, portanto, conta com maioria esmagadora de uso.
"O segundo é relativamente jovem, são os celulares e smartfones, que acessam um site, navegam e podem efetivar uma compra", diz Padron. Esse canal tende a crescer, já que existem mais celulares do que linhas fixas ou PCs.
Um meio de acesso a compras muito novo é a TV digital. De acordo com o executivo da IBM, com essa tecnologia, o cliente vai clicar no vestido da atriz que aparece na novela ou em um produto de uma propaganda e fazer a compra. Porém, a evolução desse meio de acesso está diretamente ligada ao aumento da adoção TV digital no País.
No Brasil, em termos de crescimento de uso, quem se destaca são os sites para venda de delicatessen, como vinho, flores, perfumes, roupas e material esportivo.
Como oferecer essa facilidade ao cliente?
Para quem não pode ou não quer investir em infraestrutura física de tecnologia própria, Padron aconselha a usar provedores de serviços e pagar por um porcentual da venda. Para tanto, o comerciante deve procurar uma empresa capacitada, que garanta segurança e que o site não caia a toda hora. Esse formato permite acordos com empresas de meios de pagamentos e logística.
"Essa alternativa viabiliza a prestação do serviço, com qualidade e sem grande investimento", ressalta Padron. No caso, o site é customizado, ou seja, tem a sua logomarca, suas cores. Já existem empresas que oferecem esse tipo de serviço, a exemplo do Shopping Ipiranga, operado pelo Compra Certa.
Dos 3 mil pesquisados no Brasil, 71% disseram estar dispostos a recompensar o varejista com fidelidade e até pagar um pouco a mais por serviços e promoções personalizados. "Os brasileiros estão mais abertos às novidades. 68% afirmaram que seguiriam uma loja numa rede social", conta Padron.
O estudo apontou ainda que 96% dos brasileiros acessam a internet para pesquisar preços, 50% estão dispostos a usar duas ou mais tecnologias para realizar suas compras.
Veículo: Diário do Comércio - SP