Com o foco dirigido para o desenvolvimento de novos negócios na internet, o grupo de mídia RBS decidiu aproveitar a rápida expansão dos sites de compras coletivas no Brasil e colocou no ar um portal próprio para o segmento. O "Desejomania" entrou em operação em São Paulo na semana passada e até o fim do ano terá o alcance estendido para Porto Alegre, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis.
Segundo o vice-presidente de mercado nacional, Eduardo Aspesi, o novo portal é a segunda investida da RBS no segmento "transacional", que gera receitas por meio dos negócios realizados via internet. Nessa mesma linha, o grupo já é dono do site Hagah, que combina ferramentas de busca, bate-papo e telefonia sobre IP, opera nos três Estados da região Sul e cobra assinaturas mensais de R$ 45 a R$ 90 de cada anunciante.
Afiliada da Rede Globo para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a RBS é dona de 18 emissoras de televisão aberta e duas comunitárias, um canal de TV por assinatura, 25 emissoras de rádio e oito jornais. Controla ainda os portais ClicRBS, Pense Imóveis e Pense Carros (classificados on-line), além dos guias de entretenimento Oba Oba e Guia da Semana, e da agência de interatividade e marketing para telefonia móvel Pontomobi.
Conforme Aspesi, as plataformas digitais atuais podem gerar alguns "diferenciais competitivos" para o Desejomania em meio à concorrência das dezenas dos sites de compra coletiva em operação no Brasil. A empresa já conta com 20 milhões de usuários que acessam regularmente seus portais na internet e 300 mil empresas que anunciam nesse segmento e estavam "demandando" o desenvolvimento do novo serviço, disse o executivo.
O novo portal, segundo ele, pretende atrair novos usuários graças ao compartilhamento das informações sobre as ofertas diárias pelas redes sociais. Para fechar a compra de um produto ou serviço, como nos outros sites do gênero, é necessário um número mínimo de clientes que podem se reunir via Facebook, Orkut ou Twitter, por exemplo, mas Aspesi ainda não faz projeções sobre o número de internautas que irão se cadastrar.
O Desejomania usa uma ferramenta desenvolvida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), que analisa os dados sobre as preferências dos consumidores para indicar os melhores períodos e descontos para cada oferta, explicou o executivo. Os descontos mínimos praticados sobre os preços dos produtos e serviços oferecidos no portal serão de 50% e a RBS será remunerada com um percentual sobre as vendas.
A estimativa do grupo gaúcho é que neste ano os negócios na área de internet podem crescer 90% e responder por cerca de 4% da receita líquida consolidada da holding RBS Comunicações, que deve avançar entre 12% e 15% em comparação com R$ 1,024 bilhão em 2009. Os investimentos no Desejomania não foram revelados, mas em junho o vice-presidente executivo Eduardo Sirotsky Melzer disse que o conglomerado projeta aplicar R$ 250 milhões no desenvolvimento de novos projetos de 2010 a 2012, principalmente nas áreas de internet, eventos, produtos informativos e de entretenimento para públicos segmentados.
Veículo: Valor Econômico