Comércio eletrônico: Compra coletiva, agora em prestações

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Sites apostam em ofertas de maior valor agregado e dividem pagamento em até 10 vezes

 

O primeiro Natal dos sites de compras coletivas será comemorado com prestações. A febre dos endereços eletrônicos que oferecem produtos e serviços a preços de "atacado", desde que adquiridos no mesmo momento por uma leva de internautas diferentes, começa a evoluir para um modelo mais próximo do praticado nas lojas físicas. A partir deste mês, será possível encontrar promoções pela metade do preço convencional, divididas em até 10 vezes sem juros, nos principais sites da categoria como Oferta X, Peixe Urbano, Click On e Groupon. Até agora, alguns desses endereços ofereciam essa opção apenas com juros, por meio de empresas especializadas em pagamentos on-line.

 

"A oferta de compras parceladas pode pelo menos dobrar o nosso tíquete-médio, que hoje está em R$ 100", diz Gustavo Bach, diretor de marketing do Comprafacil.com - operação de comércio eletrônico do Grupo Hermes que adquiriu há menos de dois meses o controle do Oferta X. Segundo Bach, o incremento no volume de vendas compensa o aumento das despesas financeiras proporcionado pelas prestações (o varejista recebe o valor parcelado do banco ou administradora e, quando antecipa esses recebíveis, paga uma taxa). "Dividir um produto em 10 vezes custa menos do que ficar com um produto parado seis meses no estoque, sem giro", diz Bach.

 

É o Oferta X que puxa o movimento do parcelamento sem juros nos sites de compra coletiva. A partir de amanhã, o comprador do Oferta X poderá parcelar em até dez vezes compras a partir de R$ 100. Já Alex Tabor, sócio do rival Peixe Urbano, diz que o internauta vai encontrar no site a opção em parcelas a partir da próxima semana - mas não adianta em quantas vezes. "Hoje, quase a metade das nossas compras é parcelada, com juros, pelo PagSeguro UOL", diz Tabor, que acaba de receber Luciano Huck como sócio no Peixe Urbano.

 

Já o Groupon, que no Brasil comprou o Clube Urbano - e no mundo acaba de declinar de uma oferta de compra do Google - promete lançar a venda parcelada antes do Natal. "Nós poderiríamos perder vendas se não oferecêssemos o parcelamento", diz Daniel Funis, diretor da operação brasileira do Groupon.

 

O movimento dos sites de compra coletiva, de parcelar valores, vai na contramão do que é ensaiado pelas grandes redes de varejo, de encurtar o parcelamento para diminuir as despesas financeiras. Foi o que sinalizou o Grupo Pão de Açúcar (que controla Casas Bahia, Extra e Ponto Frio) na divulgação do balanço do terceiro trimestre: a média de 9,5 vezes fixas no cartão, praticada nas compras de móveis e eletro, deve cair para 7,5 vezes.

 

Entre os endereços de compra coletiva, só o Oferta X deve incrementar a venda de eletroeletrônicos, amparada pelo poder de barganha com fornecedores do Comprafácil. "A venda de produtos é mais vantajosa do que a de serviços, porque permite ações em nível nacional", diz Daniel Deivisson, diretor do Oferta X. Em geral, os sites de compra coletiva são baseados em serviços, como restaurantes e clínicas de estética, oferecidos regionalmente. "Ao focarmos em produto, podemos fazer campanhas nacionais", diz Deivisson.

 

Já os concorrentes devem enveredar por ofertas de maior valor agregado, como viagens em alto-mar. "Vendemos 50 cabines em um cruzeiro [no Carnaval, de Santos a Salvador, ida e volta] por R$ 3,8 mil, um valor que seria impensável à vista", diz Marcelo Macedo, presidente do Click On. No Groupon uma iniciativa que mostra a demanda potencial por itens mais caros foi a venda de mais de 5 mil celulares habilitados para um plano pós-pago economico da Claro em um só dia.

 

No período de férias, quando restaurantes e clínicas de estética estão lotados, é preciso buscar outros fornecedores. Nessa temporada devem estar em alta os vales-compra de roupas de grife. "É interessante, porque não tenho custo logístico e gero fluxo no ponto de venda do meu fornecedor", diz Macedo, do Click On. Nesse caso, o parcelamento é fundamental: no clube de compras Brands Club, que funciona como outlet virtual, 98% das vendas são parceladas.

 

Veículo: Valor Econômico

 


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