Para o Natal, varejo amplia estrutura da operação on-line

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Flávio Dias, diretor do Walmart, projeta um crescimento entre 50% e 60% das vendas neste Natal em relação a dezembro de 2010



A expansão de 40% no comércio on-line verificado no Natal de 2010, frente ao mesmo período de 2009, encontrou empresas do varejo e de logística despreparadas para atender a demanda. Para este ano, a projeção da consultoria e-bit é que as vendas cresçam até 30% no período de 15 de novembro e 24 de dezembro. Varejistas ouvidas pelo Valor ultrapassam essa taxa. Esperam crescer até 60%.

Para não voltar a desapontar os consumidores, varejistas e transportadoras estão investindo em centros de distribuição (CD), mão de obra, tecnologia e frota. O aumento das vendas, mesmo fora de datas fortes como Natal, está exigindo estruturas mais robustas.

As entregas feitas pelos Correios de produtos vendidos pela web, por exemplo, cresceram 11% em agosto em relação a dezembro, mês que registra pico de vendas. Sobre agosto de 2010, o avanço foi de 66%. O comércio eletrônico faturou R$ 8,4 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representa um crescimento de 24% sobre o mesmo período do ano passado, segundo a e-bit. A projeção para todo 2011 é que se movimente R$ 18,7 bilhões.

O ritmo de acelerado está demandando mais investimentos em logística. O Walmart projeta um aumento de vendas no e-commerce entre 50% e 60% neste Natal em relação ao anterior. A varejista decidiu dobrar a capacidade de armazenagem em relação ao primeiro semestre, chegando a 50 mil m2. "Se você faz um planejamento errado do espaço de armazenagem, o CD fica abarrotado e muito menos produtivo. Torna-se mais difícil achar a mercadoria e colocá-la no prazo", diz Flávio Dias, diretor de e-commerce do Walmart.

A companhia também analisou o desempenho das transportadoras parceiras, o que resultou no descredenciamento de algumas e no credenciamento de outras. Agora elas totalizam 20, frente às 16 que prestaram serviço à varejista em 2010. Na ocasião, o Walmart precisou contratar transporte por conta própria para amenizar os problemas de atraso, mas a mercadoria acabou ficando parada por alguns dias no centro de distribuição da transportadora, ocasionando outro tipo de atraso.

A Máquina de Vendas (que reúne as varejistas Ricardo Eletro, City Lar, Insinuante e Eletro Shopping) projeta um crescimento de vendas superior a 30% neste Natal. A empresa tomou uma série de medidas ao longo do ano para suportar o crescimento, com destaque para a triplicação de seu CD, para 35 mil m2, entre outubro e maio.

O número de funcionários "mais que dobrou", segundo Marcelo Ribeiro, diretor de e-commerce da companhia. "É mais do que precisamos para o fim de ano. Já pensamos no crescimento futuro".

A Máquina de Vendas também aumentou em 30% o número de parceiros logísticos. Em maio, a empresa lançou uma área interna de monitoramento dos transportes e de processamento de pedidos. "Essa área foi criada especificamente para a satisfação do cliente, porque com ela conseguimos tomar as medidas com antecedência", explica Ribeiro.

A Comprafacil, que atua somente pela internet, espera um aumento de 50% a 60% nas vendas neste Natal, seguindo o desempenho dos últimos anos. A empresa conclui em novembro as obras de quadruplicação de seu centro de distribuição, que terá 140 mil m2. Além disso, triplicou o número de transportadoras. "A preocupação que o ano passado nos trouxe fez de 2011 o ano de virada para o nosso negócio", diz Leandro Siqueira, diretor de marketing da Comprafacil. A empresa foi uma das varejistas on-line acionadas pela justiça do Rio no primeiro semestre, por atrasos nas entregas.

A Comprafacil instalou a sua central de atendimento dentro do centro de distribuição. "A central está toda integrada, o que gera maior rapidez no processo de solução dos problemas", diz Siqueira. Inaugurado em julho, o novo sistema tem 500 atendentes em cada um dos dois turnos que opera.

"Em comparação à dezembro do ano passado temos uma capacidade instalada bastante superior", informa, em nota, Leonardo Gasparin, diretor de operações da Nova Pontocom (empresa do grupo Pão de Açucar que reúne as operações on-line do Extra, das Casas Bahia e do Ponto Frio), que não detalha o crescimento alcançado.

Frente aos entraves logísticos no Natal passado, muitas empresas optaram pela transparência com o consumidor. A Nova Pontocom comunicou aos seus clientes no dia 17 de dezembro que as entregas corriam o risco de não chegarem até a data combinada. O Walmart também teve que mudar o prazo de entrega em 2010. "Se for necessário a gente aumenta o prazo no site de novo e arrisca perder a venda", diz Dias.

Além do planejamento precário por parte das empresas, outro "problema" no Natal de 2010 foi a nota fiscal eletrônica, cuja implementação se tornou obrigatória na época e foi deixada para a última hora por muitas empresas - algo que não deve atrapalhar as varejistas neste ano.


Veículo: Valor Econômico


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