Dispositivo móvel ganha reforço na área de segurança

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Fotos, gravações, documentos, contatos e tantas outras informações pareciam perdidos. Além do prejuízo financeiro, o roubo de uma produtora de vídeo localizada na zona sul de São Paulo rendeu uma enorme dor de cabeça aos proprietários do estabelecimento. Para piorar, as chances de recuperar os equipamentos roubados - dentre eles um notebook, um celular e um tablet - não pareciam muito animadoras. Mas as horas de aflição duraram pouco, até os proprietários se lembrarem do software de rastreamento instalado no telefone móvel levado pelos ladrões. Com a ajuda do aplicativo, a polícia localizou os suspeitos e conseguiu recuperar os equipamentos roubados da produtora, avaliados em mais de R$ 45 mil.

A proliferação dos dispositivos móveis atiçou a cobiça dos criminosos, mas, agora, a própria tecnologia embutida nesses equipamentos está ajudando a combater os roubos, como mostra o caso da produtora, que ganhou repercussão recentemente.

Os novos recursos de segurança tornaram-se um foco de investimento para fabricantes de computadores e operadoras de telecomunicações. As companhias estão usando desde sistemas de geolocalização, que usam satélites para identificar a posição do aparelho desaparecido, até dispositivos capazes de destruir a distância os discos rígidos nos quais ficam armazenadas informações estratégicas.

"O consumidor passou a enxergar outras ameaças além dos vírus para smartphones e começou a se preocupar com os dados, senhas e contatos que armazena no celular, e que podem ser perdidos a qualquer momento", afirma Alexandre Fernandes, diretor da divisão de produtos e serviços da Vivo.

A operadora começou a oferecer ferramentas de proteção contra roubo em meados do ano passado. O pacote montado pela companhia inclui um sistema de localização e um aplicativo que permite apagar a distância os dados armazenados em smartphones ou tablets. Os recursos estão disponíveis tanto para usuários individuais como para empresas.

No caso da Claro, esse tipo de ferramenta começou a ser oferecida mais recentemente, em fevereiro. O investimento nesse tipo de recurso está relacionado ao aumento das vendas de smartphones no país, já que é nesses dispositivos que as pessoas costumam guardar mais informações, afirma Fiamma Zarife, diretora de serviços de valor agregado da Claro. O pacote de segurança montado pela companhia - e que também está disponível para consumidores e empresas - dá a possibilidade de fazer cópias de segurança das informações armazenadas, rastrear o celular, além de apagar dados e bloquear o aparelho remotamente.

Apesar da criação de pacotes de proteção antirroubo pelas companhias, o número de consumidores individuais que procuram esse tipo de serviço ainda é relativamente pequeno quando comparado ao uso por parte das empresas. "Em geral, as pessoas ainda não pensam muito nisso", diz Fabiana Marcon, diretora de marketing para consumidor final e pequenas e médias empresas da Dell. "Já as empresas têm uma demanda maior porque conseguem quantificar o valor de uma informação perdida", diz a executiva.

Na indústria de computadores, os softwares de reconhecimento facial e de leitura biométrica têm sido algumas das apostas dos fabricantes para reduzir as consequências de roubo ou perda de notebooks. Além desses recursos, os sistemas para rastrear o PC e apagar dados remotamente também fazem parte dos pacotes de empresas como Dell e Hewlett-Packard.

Por conta da procura menor desse tipo de recurso pelos consumidores brasileiros, a HP optou por ter ofertas diferenciadas no caso dos clientes corporativos. "Ainda não existe uma demanda tão grande que justifique uma oferta mais próxima da empresarial", diz Erick Cano, gerente de produtos da HP no país. Apenas duas das sete linhas de computadores móveis da companhia tem leitor biométrico, por exemplo. Pesquisas feitas pela Claro também mostraram que apenas 30% das pessoas tem uma preocupação mais forte com as perdas dos dados salvos nos smartphones.

As empresas também têm sido o principal alvo dos produtos de segurança oferecidos pela TIM. Atualmente, cerca de 20% das empresas de grande porte que possuem contrato com a operadora tem algum projeto de segurança para dispositivos móveis em desenvolvimento, segundo Leonardo Queiroz, diretor de top clientes da TIM. A demanda tem sido impulsionada por bancos, companhias farmacêuticas e setores que contam com maior investimento em vendas diretas, como o de cosméticos.



Veículo: Valor Econômico


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