Cielo se diz confiante em modelo de negócio

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Com o mercado de olho sobre os impactos da oferta de fechamento de capital da Redecard pelo Itaú Unibanco, a administração da Cielo deixou claro ontem em teleconferência com analistas que acredita no modelo de negócio atual da companhia. E para provar que ele tem dado certo, estampou nas páginas do balanço o recorde de participação de mercado que atingiu no primeiro trimestre, com fatia de 60,2%.

"Não acreditamos que exista só um modelo de negócios em credenciamento. Estamos satisfeitos com o [modelo] da Cielo, que junta força de venda própria com a parceria com bancos para credenciar lojistas", disse Rômulo Dias, presidente da Cielo, contrapondo o modelo verticalizado que o Itaú quer para a Redecard.

Ele pontuou que o crescimento do volume de transações que garantiu recorde de participação de mercado neste começo de ano, inclusive, é reflexo da parceria com os bancos. Com a ofensiva da concorrência e a entrada de novos competidores no mercado, porém, o executivo advertiu que esse patamar de participação não é sustentável e que tende a cair. O Santander, por exemplo, já começou a incomodar. Ele acrescentou, porém, que isso não o preocupa, pois o foco da empresa é a rentabilidade.

Para credenciar estabelecimentos comerciais, a Cielo tem contrato com os bancos controladores, Banco do Brasil e Bradesco, além do HSBC e da Caixa Econômica Federal. O banco inglês tem contrato de exclusividade com a Cielo, mas a Caixa fechou parceria com as duas principais credenciadoras.

"Se o Itaú conseguir adquirir a Redecard, isso pode levar os bancos a não trabalharem com essa credenciadora, como Caixa Econômica Federal e Safra, e migrar a maior parte de seus volumes para a Cielo", avalia o analista do HSBC Paulo Ribeiro em relatório. Para ele, há riscos de baixa e de alta para a ação da Cielo com o movimento do Itaú no mercado de credenciamento. Esse é listado como um "risco" em termos de potencial de alta para o papel.

Os analistas do Deutsche Bank alertaram em relatório que o cenário que levou a Cielo a apresentar grande crescimento do volume de transações pode mudar. "Esse cenário competitivo benigno pode mudar, uma vez que a oferta em curso do Itaú for concluída e a administração seja novamente focada nas operações, daí a razão da nossa postura cautelosa na ação", avaliam os analistas do Mario Pierry, Marcelo Cintra e Tito Labarta.

Sobre os conflitos de interesse entre as credenciadoras e seus controladores - levantado pelo Itaú como um dos fatores para fechar o capital da sua controlada -, Dias disse que "conflitos de interesse não se eliminam, mas se administram" e que o Bradesco e o Banco do Brasil respeitam os direitos dos minoritários.

Sobre a nova configuração do mercado caso o Itaú feche mesmo o capital da Redecard e verticalize o negócio, Dias disse que a Cielo está se preparando com novos produtos, serviços e canais de distribuição para lidar com esse novo cenário competitivo.

Segundo ele, a Cielo tem credenciado 50 mil novos estabelecimentos por mês. Desses, 35% são feitos com força de vendas própria. "Aumentamos de 30% para 35% o volume de credenciamento feito pela nossa equipe. Isso não quer dizer, porém, que diminuímos o dos bancos, só aumentamos as vendas próprias", disse o presidente da Cielo.



Veículo: Valor Econômico


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