Briga de gigantes

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A estratégia do Google Shopping para tentar derrubar a Amazon afeta pequenos varejistas da internet



Se você quer comprar qualquer produto na internet, é provável que inicie sua busca pelo Google ou pela Amazon.com. Nos bastidores, as duas companhias travam uma guerra para ver quem vai liderar o negócio de compras online. O problema é que, sites de comércio eletrônico, grandes ou pequenos, estão no meio do fogo cruzado.

O Google é um motor de busca, não uma loja, mas está se aproximando cada vez mais do comércio eletrônico, com seu serviço de compras, o Google Shopping. Ao mesmo tempo, há mais consumidores que usam a Amazon, como ferramenta de busca para tentar encontrar o que querem comprar.

Na tentativa de evitar a concorrência da Amazon, o Google modificou recentemente o Google Shopping exigindo que as companhias de comércio eletrônico paguem para serem incluídas nos resultados de compras. A inclusão antes era gratuita. O Google afirma que a mudança vai melhorar seus resultados de compras porque, muito provavelmente, como estão pagando, os varejistas serão cuidadosos com a inclusão de produtos atualizados. "A finalidade é garantir que os dados que estamos recebendo sejam de melhor qualidade", disse Sameer Samat, vice-presidente de gestão de produtos do Google Shopping, que antes se chamava Google Product Search, e, antes ainda, Froogle.

Embora alguns varejistas concordem, e digam que a decisão poderá até ajudar suas vendas, outros estão em pânico. Alguns afirmam que não pretendem pagar ou que incluirão menos produtos, o que pode limitar a seleção dos compradores no Google.

A medida é uma forma de o buscador ganhar mais dinheiro com os varejistas, alguns dos seus anunciantes mais lucrativos. Mas, para mantê-los, precisa melhorar seu serviço para impedir que clientes valiosos procurem a Amazon. "Google e Amazon têm o mesmo objetivo: ser o site que as pessoas acessam para realizar buscas, e a Amazon está vencendo a batalha", disse Michael Griffin, fundador e diretor de tecnologia da Adlucent, que faz marketing de busca para varejistas online, e antes administrava a busca paga da Amazon.

Como reflexo dessa briga, a Amazon já não mostra mais resultados que estejam ligados ao Google Shopping. O Google Shopping, por sua vez, fez o mesmo. Se você estiver procurando um Kindle, o Google mostrará resultados da Best Buy, eBay - mas não aparecerá nada da Amazon.

Em 2009, 25% dos consumidores faziam pesquisas em ferramentas de buscas como o Google antes de uma compra online. Outros 18% começavam pela Amazon, segundo estudo da Forrester Research. No ano passado, 33% começaram na Amazon e 13% num site de busca. A procura por produtos na Amazon cresceu 73% em 2011, enquanto no Google Shopping ficaram inalteradas, segundo a comScore.

A maioria dos varejistas, no entanto, afirma que o Google é uma das mais importantes fontes dos consumidores online. Só que alguns desses empresários, sobretudo os pequenos, não têm condições de pagar para listar todos os seus produtos. "Se você é um varejista e não tem os orçamentos de uma Best Buy ou Wal-Mart, será realmente difícil", disse Gerry Bavaro, vice-presidente de mídia na Digitas.

Mehran Esmaili é um deles. Proprietário do Shoe Biz, uma loja de calçados de San Francisco, ele diz que quando a busca por produtos era gratuita, podia competir. "Fazíamos tudo direito e éramos visíveis. Agora, se não tivermos um orçamento, não seremos mais achados".



Veículo: O Estado de S.Paulo


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