Ri Happy reforça seu comércio eletrônico

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Rede de brinquedos comprada pelo Carlyle aposta na internet para elevar vendas



A varejista de brinquedos Ri Happy vai dobrar sua operação de e-commerce até o fim do ano. O reforço da venda online faz parte dos planos de expansão da rede desenvolvidos pelo fundo Carlyle, que comprou o controle da empresa em março.

A loja online da Ri Happy foi lançada em 1998, mas nunca foi considerada uma unidade de negócios, disse o diretor de desenvolvimento e novos negócios da Ri Happy, Carlos Fernandes. "Antes, ela era vista como a loja número 59, e não como um canal de vendas", explica o executivo, que entrou na diretoria da empresa após a venda ao Carlyle.

Desde que o fundo chegou à Ri Happy, a empresa tem planos de reformular o seu e-commerce. A companhia oferecia em março 5 mil itens no site, mas pretende chegar ao fim do ano com o dobro do portfólio.

"Antes, tivemos de fazer uma lição de casa para garantir a entrega no prazo. Vender brinquedo é diferente de vender geladeira. Não dá para atrasar o presente do Papai Noel", disse Fernandes. A empresa contratou a Total, especializada em logística, para auxiliar na gestão de estoque e aumentou em 50% a área do depósito. O investimento no projeto não foi divulgado. 

Planos

Em 2011, o e-commerce respondeu por apenas 1,5% do faturamento de R$ 800 milhões da varejista, que soma 115 lojas. A companhia não divulga sua projeção de crescimento para 2012, mas quer dobrar o peso das vendas no site.

Para isso, a companhia vai ampliar sua atuação. Além de oferecer brinquedos, seu carro-chefe nas lojas, a Ri Happy também venderá artigos infantis, como chupetas, livros e até móveis para crianças. "A loja tem espaço limitado e um foco na experiência de compra. É um passeio para as crianças. O e-commerce permite agregar novos produtos", disse Fernandes.

O reforço será feito apenas no site da Ri Happy, e não contemplará as operações da PBKids, rede adquirida em junho. A conclusão do negócio depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Concorrência 

A Ri Happy é uma veterana na venda de produtos para criança, mas enfrentará no e-commerce concorrentes novatas que têm uma operação maior que a dela. As redes Baby.com e Tricae, lançadas há menos de um ano, vendem exclusivamente artigos infantis pela internet e já somam um portfólio de 15 mil e 12 mil itens, respectivamente. A mais antiga entre as empresas do nicho, a Bebê Store, lançada em dezembro de 2009, oferece cerca de 30 mil itens.

No ano passado, as vendas de brinquedos movimentaram cerca de R$ 5 bilhões, mas apenas 1,7% das vendas vieram do e-commerce, segundo dados da Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). "No varejo como um todo, cerca de 5% das vendas são na internet. O segmento de brinquedos é um espaço a ser explorado", disso o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni.

As novatas têm como trunfo o apoio de fundos de venture capital e o caixa cheio para investir. A Baby.com, por exemplo, já recebeu duas rodadas de investimento dos fundos Accel Partners e Tiger Global, que somam US$ 21 milhões. "Esse mercado está no começo no Brasil, mas achamos que podemos faturar US$ 1 bilhão em cinco anos", disse o CEO da Baby.com, David Smith.

A Tricae, que recebeu aportes da incubadora alemã Rocket Internet e da gigante de telecomunicações Millicom, começou a vender também produtos para gestantes. "Temos 4 milhões de visitantes no site por mês e 93% são mulheres. Queremos vender tudo que essas mães podem querer", disse o CEO da empresa, Gustavo Furtado.

Para enfrentar as empresas de internet, a Ri Happy apostará em estratégias multicanais, como a possibilidade de troca de compras no site nas lojas físicas.


Veículo: O Estado de S.Paulo


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